Não ao PNLD que vai na contramão do aprendizado na educação infantil

Por meio de edital do Programa Nacional do Livro e do Material
Didático (PNLD), o Ministério da Educação (MEC) vai contra as práticas
pedagógicas que historicamente foram construídas na educação infantil e quer
aplicar a utilização de materiais didáticos padronizados na educação infantil.
Mães, pais, professores, professoras, diretores e diretoras, podem se
perguntar, por que isso seria ruim?

A educação infantil é uma importante fase de desenvolvimento da
criança. Isso significa que é um momento de aprendizado constante e que deve
ser feito através dos conhecimentos pedagógicos adquiridos pelos professores
que entendem as necessidades da sua turma. Nessa fase da vida, os professores e
professoras aplicam diversos materiais com uma imensa riqueza de conhecimentos.
O aprendizado se dá através de brincadeiras, de contação de histórias, de
lendas, de troca de afeto, e tudo isso não cabe em um livro didático.

Mas você pode
pensar que isso tudo é besteira, e que as crianças deveriam ser alfabetizadas o
quanto antes. Entretanto, essa é uma concepção atrasada de aprendizado,
aprender não é apenas ler e escrever. Mesmo com práticas mais lúdicas, a
educação infantil ensina a criança a ter contato com o mundo letrado de
diferentes formas. Além disso, é nesse período que a criança desenvolve
aspectos importantes da socialização com outras pessoas.

Hoje, as dificuldades encontradas em sala de aula no ensino
público se dão principalmente pela falta de condições necessárias para promover
o aprendizado de qualidade. Não é má vontade dos professores e professoras,
pelo contrário, a busca de conhecimento de um profissional da educação não para
nunca. Portanto, a solução para os problemas didáticos é a valorização do
profissional através de cargas horárias de trabalho mais justas, cursos de
capacitação, distribuição de livros infantis e de brinquedos que ajudem na
aprendizagem, contratação de mais trabalhadores e garantia de tempo para pensar
e organizar as aulas.

A decisão do governo federal mostra o retrocesso que vem
acontecendo na educação, afinal de contas, ter como pressuposto o aprendizado
das crianças a partir de figuras e números apenas mostra o desconhecimento do
que é a educação infantil. O currículo deve ser vivo. E em Curitiba, essa premissa deveria ser seguida,
afinal de contas, a própria Secretária de Educação Maria Silvia Bacila defendeu
a não utilização de livros didáticos na educação infantil nos seus projetos de
pesquisa e debates que realizou nas universidades, porém, na Prefeitura, foi
completamente contrária a esses ideais priorizando os desmandos da gestão Greca
e contrariando as práticas pedagógicas acumuladas na educação infantil.

Mas então, por que esse Programa será usado em Curitiba? Porque
além de ser capacho da gestão Bolsonaro, a gestão Greca não é conhecida por
dialogar com os trabalhadores da educação sobre o que é melhor, ou seja, a qualidade
do ensino não é uma prioridade da gestão.

Com esse debate, o SISMUC e o SISMMAC orientam que os servidores e
servidoras da educação neguem a utilização dos livros didáticos na educação
infantil. Porém, podemos aproveitar o que há de bom no PNDL, existe a
possibilidade de escolher livros de literatura que são bem-vindos para guiar o
aprendizado em sala de aula. A escolha dos livros pode ser feita até o dia 30
de agosto.

Diga NÃO ao PNDL 2022!

Curitiba submersa

Hoje, Curitiba ficou debaixo d’água. CMEIs, escolas, unidades de saúde e inúmeras casas em diversos bairros e regionais da cidade foram tomados pela enxurrada. A água invadiu tudo, transformando ruas em rios e lares em cenários de desespero. Milhares de

Leia mais »

🔴 LIVE | Nova gestão, velhos problemas!

A gestão muda, mas os desafios do serviço público continuam: falta de servidores, sobrecarga de trabalho, remanejamentos injustos e, em alguns locais, assédio está presente. Concursos são escassos e, quando ocorrem, os aprovados esperam indefinidamente por nomeação, enquanto os serviços

Leia mais »