Diagnóstico da saúde realizado pelo SISMUC reafirma o que
temos falado nos últimos anos: os servidores trabalham com uma rotina de alta
demanda, com equipes reduzidas para o atendimento e falta de insumos
necessários. Além disso, a falta de respeito dos usuários com os trabalhadores
foi outra situação apontada.
No último mês de junho o SISMUC lançou o diagnóstico para
sistematizar os principais problemas enfrentados pelos trabalhadores da saúde
nos seus locais de trabalho. Com as respostas, constatamos o que sabíamos, a saúde
pública de Curitiba que já sofria com o desmonte e precarização viu a situação
piorar com a pandemia do novo coronavírus.
A falta de servidores para completar as equipes de trabalho
foi o principal problema apontado na pesquisa. Com equipes reduzidas, com falta
de 8 a 10 pessoas nas equipes, os servidores se sentem sobrecarregados e
esgotados pois é grande a procura pelos serviços, sem o necessário investimento
na estrutura para atender a demanda. A contratação de trabalhadores pelo
Processo Seletivo Simplificado (PSS) não é suficiente para completar as
equipes, devido ao caráter temporário das contratações, sem vínculo, e sem
treinamento. Acaba se tornando trabalho dobrado para quem já está na rede e que
precisa dar suporte para os trabalhadores temporários.
Atuando na linha de frente do combate a pandemia, os
servidores também denunciaram a péssima qualidade dos equipamentos de proteção
individual (EPIs) disponibilizados pela gestão, denúncia frequente no canal
Fala, servidor. Os trabalhadores ainda sofrem com o racionamento dos EPIs, que
não são entregues em quantidade suficiente. E conforme relatado, não são poucos
os casos dos servidores que investem recurso próprio na aquisição de EPI
adequado para não comprometer sua saúde e dos familiares. A falta de
medicamentos e insumos também foi apontada.
A entrega de EPI em quantidade suficiente e com qualidade
é uma obrigação da gestão que deveria garantir as condições de trabalho
adequadas para os servidores.
As respostas vieram de todas regionais da cidade, o que
mostra que os problemas são generalizados. É um cenário que a gestão conhece
muito bem mas não faz nada para resolver. Porque não garante EPIs com qualidade
e em quantidade suficiente? Porque não valoriza os trabalhadores que estão na
ponta do atendimento para a população?
Falta de respeito
Os trabalhadores também reclamam da falta de respeito de
muitos usuários que ofendem com xingamentos por situações que não são culpa do
servidor que está na ponta do atendimento, mas sim da gestão que finge que está
tudo bem, com propagandas que contrastam com a realidade.
Os chamados “reordenamentos” da rede municipal de saúde
promovido pela Secretaria de Saúde (SMS) levaram ao fechamento e transferência do
atendimento de unidades básicas de saúde. Com isso, servidores foram
remanejados de uma hora para outra para locais sem estrutura para receber novas
equipes, sem condições para o distanciamento social e sem a higienização de
forma adequada para o enfrentamento da pandemia, colocando trabalhadores em
risco de contaminação pela Covid-19.
É de assustar que com tantos problemas a gestão não
garanta as condições mínimas de trabalho!
Para enfrentar este cenário de dificuldades o sindicato tem
encaminhado as denúncias para o Ministério Público do Trabalho (MPT) e cobra
constantemente a realização de concurso público para completar as equipes de
trabalho. O serviço público é um direito da sociedade e precisa ser garantido
com qualidade.
A pesquisa Diagnóstico da Saúde segue disponível para
participação dos servidores. É uma ferramenta por meio da qual os trabalhadores
podem denunciar os problemas com segurança e que contribuem para o planejamento
das ações do sindicato. Se você ainda não respondeu o questionário acesse aqui:
https://forms.gle/kAwhoxUQDG9WYC9H7