Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Neste domingo (25), celebrou-se o Dia
Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data
virou um marco de luta e resistência após o 1º Encontro de Mulheres Negras da
América Latina e do Caribe, realizado na República Dominicana, em 1992.

Tereza de Benguela

A data também homenageia Tereza de Benguela,
uma heroína que foi negligenciada pela história. Rainha Tereza, como era
conhecida, era a liderança política e militar do Quilombo do Quariterê, no
estado do Mato Grosso, próximo à fronteira com a Bolívia. Responsável por
pensar estratégias políticas e de defesa para toda a comunidade, além de todo o
arranjo comercial feito com os produtos produzidos pelo Quilombo, Tereza de
Benguela também era uma ótima combatente.

Há duas versões sobre a história de sua morte:
uma vez presa, Tereza parou de comer e morreu em decorrência dos maus-tratos e
da falta de alimentação. Sua cabeça foi cortada e exposta na praça do quilombo.
Segundo outra versão, ela se matou.

Cenário atual

A Covid-19 aprofundou e evidenciou as
desigualdades sociais e econômicas. A primeira vítima da doença no Brasil foi
uma mulher negra, empregada doméstica de meia idade, contaminada pela patroa
que havia retornado da Itália com Covid-19.

Durante a pandemia, o desemprego e a miséria
atingiram, principalmente, as mulheres negras trabalhadoras, seja devido à
informalidade de seus vínculos seja pela crise econômica no Brasil.

Os dados relacionados à violência também não
deixam dúvidas: a taxa de homicídio por cada 100 mil habitantes em 2017 era de
5,2 entre as mulheres brancas e de 10,1 entre as mulheres negras, quase o
dobro.

É na tentativa de mudar esse cenário que
precisamos saudar datas como essa, trazer à tona narrativas de mulheres negras
e aprofundar o debate do racismo estrutural nos espaços que construímos.
Firmes!