Para os trabalhadores da fiscalização de Curitiba a vacinação
caminha a passos lentos. Os servidores, que desde o início da
pandemia têm sido negligenciados, estão sendo vacinados apenas por
idade junto com a população geral. O problema é que a Prefeitura
não tem garantido segurança para estes trabalhadores enquanto a
vacina não chega.
Há mais de um
ano a denúncia se repete: trabalhadores indo para as ruas, em
transportes públicos lotados, realizando a fiscalização em locais
sem qualquer segurança, e
com Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) ineficazes.
Como
a fiscalização pode
trabalhar, dia após dia,
para garantir que as regras da Prefeitura sejam respeitadas, quando
a própria administração não respeita condições
mínimas de segurança
como máscaras descartáveis? Será
que é tão difícil para gestão Greca realizar um pedido de
máscaras descartáveis para estes profissionais?
Aparentemente,
sim. Afinal de contas, a gestão Greca negligencia
a ciência e os acúmulos produzidos por pesquisadores que comprovam
a eficácia e a necessidade de máscaras de qualidade. Depois
de ceder à pressão e distribuir máscaras para alguns
setores da fiscalização há alguns meses, a administração nunca
mais se responsabilizou pela manutenção da segurança dos
servidores.
O SISMUC,
prestando auxílio enquanto os servidores aguardam pela vacinação,
distribuiu máscaras descartáveis de tripla camada para os
trabalhadores do setor do comércio ambulante, do departamento de
fiscalização do urbanismo. E, para pressionar a Prefeitura, os
trabalhadores organizaram um abaixo-assinado mostrando
sua indignação diante do descaso.
Até agora, de
acordo com os números divulgados pela Prefeitura Municipal de
Curitiba, cerca de 17% da população teria sido imunizada
com duas doses (ou,
no caso da vacina Janssen,
uma dose única).
O número, embora represente uma vitória para os trabalhadores,
ainda está longe de ser a porcentagem ideal para que a população
possa se sentir segura.
Para que haja um
controle maior da pandemia é necessário a imunização de cerca de
70% da população de acordo com imunologistas da Universidade de
Zurique. E, estudos recentes da Ação Covid – uma iniciativa de
diversas universidades do Brasil, incluindo a Universidade Federal do
Paraná – mostram que o Paraná deveria imunizar pelo menos 56% da
população para controlar a pandemia no estado. O estudo foi feito
baseado nos números que o estado vem apresentando desde o início de
2021.
A conclusão que
podemos tirar é de que ainda não existe controle do vírus. A
pandemia está longe de acabar e, portanto, conhecer e entender as
medidas de segurança são essenciais para vida dos trabalhadores
como a fiscalização, cuja
vacinação anda a passos lentos.
Por isso, a
exigência é para a vacinação de todos os trabalhadores e, mais do
que isso, pela conscientização e disponibilização de EPIs como
máscaras PFF2 (equivalente a N95) para todos, ou no mínimo,
máscaras descartáveis.
Máscaras descartáveis tripla camada ou N95?
De acordo com estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), mas máscaras cirúrgicas podem filtrar até 89% das partículas (se for de TNT, as máscaras retêm de 78% a 87%). Um dos seus maiores problemas é ela não se adapta tão bem ao rosto como uma máscara PFF2 ou N95, por isso, de acordo com a Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, as máscaras cirúrgicas são melhores para ambientes externos e bem ventilados.
Por isso, no caso da fiscalização, o SISMUC distribuiu para os trabalhadores máscaras cirúrgicas. Porém, esta obrigação é da Prefeitura, o que o sindicato fez foi para garantir a segurança destes trabalhadores devido à mudança de bandeira na cidade. É importante destacar também que não existe mais uma escassez de máscaras PFF2 no mercado nacional, o que significa que a Prefeitura poderia garantir máscaras para todos os trabalhadores em abundância e reduzir drasticamente o caso de contaminados nos locais de trabalho. O que falta é vontade política!