Desde o começo da pandemia, os trabalhadores da Secretaria
Municipal de Urbanismo (SMU) receberam da Prefeitura de Curitiba entre duas e
três levas de máscaras. Em cada uma delas, cada trabalhador recebeu três
máscaras de tecido. Além da baixa eficácia deste tipo de máscara, já comprovada
a partir de estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), que avaliou
a retenção de partículas entre 40% e 70%, máscaras de tecido devem ser trocadas
a cada duas horas, no máximo. Sendo assim, mesmo desconsiderando a ineficácia
destas máscaras, a quantidade fornecida é suficiente para apenas um dia de
trabalho com jornada de 6 horas. As máscaras fornecidas pela Prefeitura de
Curitiba são, além de ineficazes, insuficientes.
Junto das máscaras foram fornecidos face shields, os escudos
de proteção facial. Como os face shields não possuem vedação alguma, sua
eficácia é determinada pelo uso conjunto com a máscara, que deve fornecer,
portanto, alto grau de segurança. Os trabalhadores devem assinar, no ato do
recebimento, um protocolo afirmando que receberam os materiais. No fim das
contas, a ação da Prefeitura parece ter como objetivo mais a demonstração de
que está tomando alguma atitude, e menos a segurança real dos trabalhadores da
Fiscalização.
Não é novidade que a Prefeitura de Curitiba vem insistindo
na distribuição de máscaras ineficazes. Ainda no mês de maio, por exemplo, o
SISMUC e o SISMMAC buscaram coletar máscaras fornecidas aos trabalhadores da
educação e aos estudantes para avaliação no Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT) da USP. O resultado indicou que as máscaras fornecidas aos educadores
apresentavam 59,7% de eficácia, enquanto aquelas fornecidas aos estudantes
apresentavam 48,1%.
Já foram enviados à Prefeitura, pelo SISMUC, ofícios
cobrando a vacinação e distribuição de máscaras eficientes. Assim como na
campanha pela vacinação para os trabalhadores do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS), o SISMUC exige a vacinação imediata a todos os profissionais da
Fiscalização, bem como a ampla distribuição de máscaras PFF2 aos fiscais da SMU,
da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) e da Secretaria Municipal de
Segurança Alimentar e Nutricional!