Máscaras de tecido fornecidas pela Prefeitura são ineficientes

As máscaras de tecido
disponibilizadas pela Prefeitura de Curitiba para alunos e trabalhadores da
educação são ineficazes. De acordo com a avaliação realizada pelo Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Universidade de São Paulo (USP), as
máscaras enviadas pelos sindicatos para avaliação têm eficácia inferior aos
parâmetros de segurança estabelecidos no Brasil.

O SISMUC e o SISMMAC coletaram
amostras das máscaras distribuídas, tanto para o uso dos trabalhadores da
educação quanto para os estudantes, para serem analisadas pelo IPT. E o
resultado é desastroso. No caso das máscaras distribuídas para os
trabalhadores, a eficiência de filtragem de partículas é de apenas de 59,7%. Já
as máscaras distribuídas para os estudantes têm uma eficiência de filtragem das
partículas ainda menor: apenas 48,1%.

De acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), a eficiência de filtragem das partículas de máscaras de tecido
deve ser igual ou maior que 70%.

Ou seja, a Prefeitura não só vai contra as normas
necessárias para o combate à Covid-19, como coloca em risco a vida dos
trabalhadores da educação e das nossas crianças. Os sindicatos exigem que
essa situação seja resolvida o quanto antes e que a gestão Greca realize a
troca das máscaras de tecido por máscaras PFF2. 
Um ofício já foi enviado à
administração.

Veja na tabela abaixo o
resultado apresentado pelas máscaras distribuídas pela Prefeitura de Curitiba.

Máscaras de uso profissional, entenda a importância.

As máscaras de tecido, conhecidas
como máscaras de uso não profissional, devem ser substituídas o quanto antes
para todas as categorias. Em 2020, quando as máscaras de uso profissional (PFF2
ou descartáveis de tripla camada) eram escassas e existia risco de faltar para
os profissionais da saúde, a recomendação por máscaras de tecido para a população
em geral era nossa melhor saída.

Porém, para o funcionalismo e profissionais terceirizados
que trabalham no serviço público, as máscaras de uso profissional já eram
necessárias. Afinal de contas, o contato com a população nunca deixou de
existir e os ambientes em que são realizados o trabalho não têm condições
adequadas para garantir a circulação de ar.


Infelizmente, a Prefeitura de
Curitiba nega a ciência e não atualiza os protocolos necessários para garantir
a vida dos trabalhadores. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC),
agência de saúde pública dos Estados Unidos, junto com cientistas do mundo
todo, reconheceram que a principal forma de transmissão da Covid-19 é através
de gotículas de saliva e os aerossóis – partículas ainda menores que podem
permanecer no ar por mais tempo e alcançar longas distâncias.

Por isso, além dos cuidados com a higienização dos
ambientes e dos objetos, é necessário manter o distanciamento social e utilizar
máscaras que filtrem uma grande quantidade de partículas, como é o caso da
PFF2, que tem eficiência mínima de 94%.


No caso
do retorno presencial das aulas, os trabalhadores da educação estarão expostos,
por longos períodos, a condições em que existe maior transmissão do coronavírus,
já que as unidades escolares não possuem ventilação adequada. As janelas em
algumas unidades, além de serem basculantes, nem sequer abrem, e o número de
crianças dentro de sala, mesmo que reduzido pela metade, é muito alto.

Isso sem falar dos espaços de coletividade dos trabalhadores:
a sala dos professores, os banheiros, o local do café. Todos são muito
pequenos, sem ventilação e com várias pessoas utilizando o mesmo ambiente de
forma simultânea.

Volta às aulas presenciais só com vacina e condições
adequadas!


O atraso dos governos em relação aos protocolos contra a
Covid-19 fica ainda mais claros quando olhamos para a volta às aulas
presenciais. No
Paraná, mesmo com mais de 300 pessoas aguardando leitos de UTI, o governo
Ratinho resolveu dar prosseguimento ao retorno presencial com a reabertura de 627
escolas nesta segunda-feira (24).

Desde o dia 10 de maio, quando o
retorno híbrido teve início em 200 escolas da rede estadual, foram registrados
ao menos 95 casos de infecção por Covid-19 entre professores, alunos e demais
trabalhadores da educação. Por causa das contaminações, houve 15 turmas com
atividades suspensas e quatro colégios fechados ao longo das duas semanas.


De acordo com o site Farol Covid, dos 399 municípios do
Paraná, apenas seis deles apresentam perigo alto. Todas as outras cidades estão
em alerta altíssimo e é nesse cenário que Ratinho Junior e Renato Feder querem
reabrir as escolas e colocar em risco a vida de professores, estudantes e
demais trabalhadores da educação,
alimentação e limpeza. Até agora, apenas 20 municípios suspenderam o
retorno presencial das aulas.

Isso sem contar da rede privada, que já está liberada para
retornar em todo o Paraná desde o dia 5 de abril.

Até agora o governo do estado
vacinou apenas 6% dos profissionais da educação, de acordo com o Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato). E, com o sistema
de saúde em colapso, é necessário suspender o retorno presencial das aulas e
ampliar as medidas econômicas para garantia do isolamento social.

Em Curitiba, seguimos firmes na
campanha para que as aulas presenciais retornem apenas com a vacinação massiva
para todos os trabalhadores da educação, da primeira e da segunda dose, e
também para que as unidades escolares tenham condições adequadas para o retorno
presencial das aulas.

A linha de frente é composta por todos os trabalhadores que atendem a população!



De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as máscaras de tecido não devem ser destinadas para trabalhadores da saúde e outros da linha de frente que tenham contato próximo e prolongado com possíveis fontes de contágio, como é o caso da educação, da assistência social, e até mesmo da fiscalização.



Para estes trabalhadores, a recomendação é a utilização de máscaras de uso profissional PFF2, pois trabalham constantemente em ambientes fechados – ou precisam entrar em ambientes fechados para atender à população – com pouca ventilação e ampla circulação de pessoas.



Por isso, além do ofício enviado pelo SISMUC e pelo SISMMAC cobrando a troca das máscaras para a educação, os sindicatos também estão cobrando que as demais categorias que ainda não trabalham com PFF2 recebam o quanto antes.



Se a ciência já comprovou a necessidade de máscaras de uso profissional para a redução do contágio e não existe mais falta dessas máscaras para os trabalhadores da saúde, basta vontade política da gestão Greca para proteger a vida dos servidores e servidoras e dos trabalhadores terceirizados do município.



Se o seu local de trabalho ainda tem recebido lotes de máscaras de tecido, entre em contato com o SISMUC através do Fala, Servidor (41) 99661-9335. Se for da educação, entre em contato pelo telefone (41) 99988-2680.