Desvendando a terceirização: entenda a ligação com escândalo do IABAS

Além da investigação encabeçada pelo Tribunal de Contas do
Estado do Paraná (TCE), outras empresas de Thiago Madureira são investigadas
pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em um ENORME escândalo de
corrupção: a Hera Serviços Médicos e a Hygea, a mesma que já prestou serviços
em Curitiba.
Roberto Bertoldo, ex-sogro de Pier Petruzzielo, também está
envolvido.

Em 2020, a Organização Social (OS) com o nome de Instituto
de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) foi contratada por R$ 835
milhões para implantar e administrar sete hospitais de campanha no Rio de
Janeiro.
Assim como em Curitiba, o modo de operação é a quarteirização.
Depois de contratado, o IABAS começa a distribuir prestações de serviços para
outras empresas, entre elas a Hera Serviços Médicos e a Hygea, ambas as
empresas pertencem ao chamado Grupo Hygea, do qual Madureira é um dos
donos.

Roberto Bertoldo é ex-sogro e avô dos filhos de Pier, ele
foi responsável pelos contratos do Iabas que quarteirizaram os serviços para as
empresas de Madureira e que atualmente são investigadas pelo MP-RJ. De acordo
com a reportagem divulgada no G1, Roberto Bertoldo para além de advogado é um
dos nomes centrais à frente do Instituto.

O Iabas, assim como o Instituto Nacional de Ciências da
Sáude (INCS) em Curitiba, tem indícios de privilégios na contratação pela
administração do Rio de Janeiro.
Depois de contratada, a empresa não
realiza os serviços que deveria e contrata uma outra para fazer o seu trabalho,
é a quarteirização. As empresas contratadas pelo Iabas fazem parte do Grupo
Hygea que tem como seus donos justamente as mesmas pessoas envolvidas na
quarteirização de Curitiba.

Não parece muita coincidência que em dois estados
diferentes o esquema seja o mesmo? E que os nomes envolvidos também sejam os
mesmos? E se o Pier é um grande defensor da terceirização e da fiscalização,
será que ele não deveria achar estranho a relação dos seus amigos e parentes
com estes esquemas?

Em Curitiba já sabemos que a ATMED lucrou mais de R$ 4
milhões em dois anos. Quanto será que o Grupo Hygea lucrou nas contratações
quarteirizadas para os hospitais de campanha no Rio de Janeiro

Essa é a prova que independente do lugar, a terceirização
não funciona! Os empresários e grupos políticos não se importam com a vida da
população e os esquemas de corrupção correm soltos! O que eles querem é que o
setor público vire um local de lucratividade para os mais ricos.

Greca, Pier, Madureira, Volpato, Bertoldo e tantos outros
envolvidos não precisam da saúde pública. Eles fazem – e sempre fizeram – parte
de uma classe que explora os trabalhadores, a burguesia. E é por isso que é necessário nos
unirmos para derrubar esquemas como esse e não deixar que a terceirização
avance em Curitiba.

Na próxima parte da série “Desvendando a Terceirização”
vamos falar mais do INCS e das irregularidades apontadas no esquema de
contratação de outras empresas pelo documento do TCE.