No início
deste mês, o SISMUC, em parceria com o Setor de Ciências Biológicas da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), convidou os trabalhadores da Fundação
de Ação Social (FAS), agentes de combate às endemias (ACEs) e fiscais para
realizarem testes da Covid-19. Essas categorias têm estado desde o início
da pandemia na linha de frente do atendimento à população durante o combate ao
coronavírus – e outras endemias –, mas não têm sido tratadas como tal.
A pandemia já
completou mais de um ano e mesmo assim essa foi a primeira vez que houve um
chamamento amplo para a testagem dessas categorias. O teste realizado foi o
RT-PCR – considerado até hoje como padrão ouro – e ainda de forma gratuita.
A testagem para os servidores municipais deveria ser constante e inclusive é
uma das pautas de cobrança do sindicato ao Ministério Público do Trabalho
(MPT). Sem a testagem massiva e o rastreamento dos contaminados, muitos
servidores assintomáticos podem ser vetores da doença para os seus colegas e
para a comunidade.
Felizmente, o
número de servidores que testaram positivo para a Covid-19 foi baixo. Porém,
isso não significa que o vírus não esteja circulando. Vale lembrar também que
muitos servidores não puderam comparecer à testagem por estarem em horário de
trabalho, o que não aconteceria se a Prefeitura fosse responsável pelos testes.
A
confirmação de um caso já é suficiente para evitar a contaminação de outros
colegas e até o surto da doença nos locais e trabalho. Recentemente, um trabalhar da FAS que
atua no Centro Pop Plínio Tourinho comunicou a gestão que uma pessoa com quem
reside estava com o caso confirmado, a gestão o mandou continuar trabalhando. Um tempo depois outros trabalhadores foram infectados e uma servidora veio a
falecer de Covid-19 no mesmo local.
Conforme
reportagem publicada pelo portal R7, com entrevista com o infectologista Carlos
Fortaleza, uma pessoa pode transmitir a doença, mesmo sem querer, para uma
média de 3 a 6 pessoas.Esse número ainda pode ser maior dependendo das
condições do local e das medidas preventivas adotadas.
É
preciso evitar surtos de Covid-19 nos locais de trabalho
Já foram
registrados surtos de Covid-19 em equipamentos municipais porque a gestão não
tem realizado os testes e nem afastados os colegas que tiveram contato com
pessoa que teve a doença confirmada. É importante destacar que estes
trabalhadores não têm equipamentos de proteção individuais adequados, como é
caso dos fiscais, dos trabalhadores da FAS e dos ACEs, que até hoje utilizam
máscaras de tecido e tem dificuldade de conseguir álcool em gel disponibilizado
pela administração. As atitudes
irresponsáveis da gestão podem levar até a óbito os trabalhadores, como já
aconteceu.
A testagem
massiva dos servidores que estão na linha de frente no combate ao novo
coronavírus, e aqueles que fazem atendimento direto à população deveria ser
periódica, afinal, muitas categorias estão trabalhando presencialmente desde
o início da pandemia em março de 2020, sem que a gestão garanta a realização de
testes e faça o rastreamento dos casosdentro dos equipamentos municipais
para tomar as medidas de segurança necessárias.
Locais
fechados, com pouca ventilação e baixa luminosidade contribuem para transmissão
do vírus, assim como a falta de limpeza do ambiente. E, infelizmente, a
higienização frequente dos locais de trabalho da Prefeitura não vem ocorrendo
como deveria, em especial em equipamento da FAS que atendem pessoas em situação
de vulnerabilidade social.
Chega de
desvalorização! É
preciso ter mais cuidado com os trabalhadores e valorizar quem faz o
atendimento direto com o público, em equipamentos da FAS, nos Armazéns da
Família, e demais setores da gestão municipal. Muitos locais não são ventilados
e não é possível manter o distanciamento social, por isso a gestão deveria
realizar os testes e fazer a sanitização do ambiente quando um servidor testa
positivo. É uma medida preventiva que ajuda a restringir a circulação do vírus.
Seguimos
cobrando a vacinação para todos, e a testagem massiva dos servidores. Essencial
é a vida! Unidos somos fortes!
Situação ainda é grave!
Em Curitiba, dados da Prefeitura apontam que a taxa de transmissão da Covid-19 na cidade é atualmente de 0,87 (dados do dia 08 de abril). Porém, há menos de um mês essa taxa chegou a 3,61. Isso significa que cada 100 infectados estava transmitindo a doença para mais 361 pessoas
Dados da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA), apontam que a taxa de transmissão da Covid-19 no Paraná está em 0,77, o que significa que cada 100 pessoas com a doença confirmada transmitem para outras 77. Em meados de março, a taxa era de 1,58, o que representava a contaminação de 158 pessoas para cada 100 infectados.