No dia mundial da saúde, lutamos por vacinas!

Hoje, dia 7 de abril, é Dia
Mundial de Saúde. Mais de um ano depois de declarada a pandemia de coronavírus,
o desejo de todos os trabalhadores é que tenhamos saúde para continuarmos
existindo.
Mas, para que o direito à saúde chegue até nós, ainda precisamos
percorrer um longo caminho.

Era de se esperar que nações e
governos movessem todos os esforços disponíveis para que conseguíssemos superar
a pandemia. E, de fato, devido à ciência, à medicina baseada em evidência e aos
investimentos que foram feitos em tecnologia e saúde, hoje, temos algumas
vacinas disponíveis para a população. Mas isso não aconteceu sem custos.

Para além das milhares de vidas
perdidas nos últimos 12 meses, as indústrias farmacêuticas lucraram, e muito,
às custas de investimentos públicos.
E, agora, o que vemos é uma disputa
comercial, característica da sociedade capitalista, dos países ricos, para
adquirir o maior número de doses possível, enquanto países pobres ou em
desenvolvimento sofrem com a escassez de vacinas e com a dificuldade de
imunizar suas populações.

É importante ressaltar que a
pandemia é uma epidemia com caráter mundial.
De nada adianta que países
desenvolvidos garantam vacina para suas populações enquanto nos países em
desenvolvimento continuam produzindo novas variantes e mutações dos vírus,
como, infelizmente, é o caso do Brasil.

O cenário que enfrentamos em
nosso país é ainda mais cruel e perverso devido à política genocida do governo
Bolsonaro e também de vários governos estaduais e municipais. Ao longo de todo
o último ano, Bolsonaro e sua equipe negam a gravidade da pandemia, tentam
empurrar remédios ineficazes contra a doença para toda a população –
favorecendo setores da indústria farmacêutica
-, operam com desinformação e
atrasam a compra de doses para imunizar os trabalhadores.

O combate ao coronavírus precisa
ser global, é imprescindível produzir e distribuir vacinas para todos os países
a preços acessíveis,
o que vai contra os interesses econômicos das indústrias
farmacêuticas, que já se beneficiaram de investimentos públicos para produção
das vacinas e agora querem lucrar com a venda dos imunizantes.

Saúde precisa estar acima do lucro! Para desenvolver vacinas de distribuição universal, é preciso colocar à disposição todo o conhecimento técnico e científico produzido, suspender patentes e direitos de propriedade intelectual. Mas não é isso que temos visto, mesmo que isso tenha custado, até o momento, quase três milhões de mortes e que esse número tende a crescer ainda mais.

Para proteger os interesses
comerciais das grandes empresas farmacêuticas que produzem as vacinas, não
estamos explorando o potencial máximo de fabricação de doses:

Mundialmente, de acordo com a UNICEF, estamos
utilizando apenas 43% da capacidade para produzir as vacinas já aprovadas.

Segundo a OXFAM, as três maiores fabricantes de
vacinas produzem para apenas 1,5% da população mundial, um volume muito abaixo
da sua capacidade potencial por não ter acesso às licenças.

Com isso, milhões de pessoas dos
países mais pobres ficam à margem da vacinação. Já os países ricos, que abarcam
apenas 16% da população mundial, detêm 60% das vacinas.

O Reino Unido havia distribuído
mais de 31 doses a cada 100 pessoas e os Estados Unidos mais de 22 em fins de fevereiro.
Já na Ásia, a média era de pouco mais de duas doses a cada 100 habitantes e a
África menos de 0,55.

Segundo o jornal The Economist, mais
de 85 países não vacinarão o suficiente até 2023, enquanto os governos dos
países ricos compraram três vezes mais unidades do que precisa a sua população
(cinco no Canadá).

É urgente que as universidades
públicas recebam mais investimentos, para que tenhamos ciência e tecnologia de qualidade.

Precisamos adotar medidas para fortalecer a investigação pública e garantir
independência do capital privado e da indústria farmacêutica que têm apenas o
lucro como objetivo. É preciso romper com um sistema que, com base nos ganhos
financeiros da burguesia, define o que se investiga, o que se fabrica e o que
não se fabrica, privando a humanidade de avanços que o seu próprio
desenvolvimento poderia oferecer.

No Brasil, isso só é possível
com a suspensão do teto de gastos, com a manutenção e ampliação dos serviços
públicos e com o fim do governo de Jair Bolsonaro. Vacina Para Todos Já!

Defenda o SUS!

A nível federal, estadual e municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem sofrido constantemente cortes e mais cortes de verba. Quem achava que em meio à maior pandemia do século seria diferente, se enganou. No início de 2021 o governo Bolsonaro aprovou um orçamento de R$ 24 bilhões a menos para a saúde.



Quem está na linha de frente sabe que qualquer centavo faz falta para a estrutura e o atendimento aos pacientes, já imaginou como vai ser combater a pandemia – e outras doenças – com R$ 24 bilhões a menos? Hospitais e unidades de saúde sem estrutura, assistência básica sucateada, trabalhadores esgotados.



Mesmo assim, o SUS tem sido o único motivo pelo qual a classe trabalhadora permanece viva em meio à pandemia. Sem o atendimento universal e gratuito mais de 150 milhões de trabalhadores, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficaria sem atendimento.



Já imaginou como seria a pandemia no Brasil sem o atendimento universal e gratuito do SUS? Os problemas que a saúde no Brasil possui são culpa da falta de investimento e do caminho da privatização. Por isso, durante a pandemia e depois dela, lembre-se: DEFENDA O SUS, DEFENDA O ATENDIMENTO UNIVERSAL E GRATUITO!