Curitiba retornou à bandeira
laranja nessa segunda-feira (5), o Decreto Municipal nº 650/2021
foi publicado no sábado (3) e já está em vigor. Mas, os
dados indicam que essa flexibilização nas medidas mais restritivas pode ter
acontecido precocemente.
Apesar do número de novos casos
ter reduzido após 23 dias de bandeira vermelha na cidade, a taxa de ocupação
dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) continua em 100% e a média de óbitos diária permanece em cerca de 35. Ou
seja, mesmo que o número de novos casos esteja decrescendo, ainda faltam leitos
e medicamentos, as equipes continuam sobrecarregadas e nenhuma política foi
pensada para suprir essa demanda.
Mas então, por que o governo do
prefeito Rafael Greca decidiu flexibilizar as medidas, mesmo que isso
signifique colocar a população em um risco ainda maior daqui pra frente? A
resposta é simples: para atender aos interesses dos grandes empresários.
Durante toda a pandemia, a burguesia
pressionou os governos contra qualquer medida mais restritiva, porque isso,
para eles, representaria o colapso da economia. Mas, no último ano, vimos que
os ricos aumentaram suas riquezas, e foi a classe trabalhadora quem perdeu
empregos, teve corte de salários, dificuldades para pagar as contas e colocar
comida na mesa. E mais de 331 mil pessoas perderam também suas vidas.
Sem lockdown e auxílio emergencial
em valor suficiente, a sobrevivência dos trabalhadores e suas famílias já está
ameaçada. A economia que não pode parar e que vive nos discursos dos governos
municipais, estaduais e federal é aquela que sustenta os grandes empresários
que não estão dispostos a reduzir seus lucros para evitar ainda mais mortes.
Greca atende aos interesses desses
empresários ao retornar para a bandeira laranja enquanto ainda enfrentamos uma
situação bastante caótica na saúde. Temos que cobrar para que o isolamento seja
mantido em todos os serviços não essenciais até que a taxa de contágio seja
efetivamente reduzida e a população seja massivamente imunizada. Além disso, é
necessário cobrar para que o auxílio emergencial seja reestabelecido o quanto
antes.
Trabalhadores da educação
O SISMUC e o SISMMAC questionaram a Secretaria Municipal de Educação (SME) sobre a renovação do prazo de suspensão das aulas presenciais. De acordo com a SME, um novo decreto deve ser publicado nesta terça-feira (6), data de validade da medida anterior, com informações novas para a educação. É importante lembrar que o prefeito Rafael Greca garantiu que os professores só retornarão aos locais de trabalho depois de receberem a vacina. Os sindicatos cobram que isso seja oficializado e que englobe os demais trabalhadores das unidades escolares.