Greca afirma que aula presencial só retorna com vacinação

Na
tarde desta segunda-feira (29), o prefeito Rafael Greca afirmou que as aulas
presenciais nas unidades de ensino municipais só serão retomadas após a
vacinação de todos os professores da rede municipal de Curitiba. Embora Greca
tenha esquecido dos demais trabalhadores da educação em sua fala, após cobrança
dos sindicatos e a pressão do funcionalismo, a Prefeitura atualizou o plano
de vacinação incluindo os demais profissionais da educação.
Os trabalhadores
da educação atualmente pertencem à quarta fase de vacinação, ainda sem data
definida.

Esse
é o resultado da mobilização da comunidade escolar em conjunto com os
sindicatos, que atuaram arduamente contra o retorno das aulas presenciais e em
defesa da vida dos trabalhadores da educação, dos alunos e de toda a população.
No entanto, é preciso ficar em estado de alerta: Greca já havia indicado a
abertura das unidades de ensino somente com vacina, mas quebrou sua promessa.

Logo
após ter sido reeleito como prefeito de Curitiba em novembro de 2020, Greca
concedeu uma entrevista à RPC para falar, entre outros assuntos, sobre as
medidas contra a pandemia do novo coronavírus. Em relação à educação, o
prefeito afirmou que “Só dá para abrir escola se tiver antiviral ou vacina.
Ninguém quer matar inocentes”.
Entretanto, o discurso mudou logo no início
do ano e a Prefeitura decretou a retorno das aulas presenciais com sistema
híbrido. Ao que parece o discurso de Greca muda conforme a necessidade de
fazer com que os empresários da educação lucrem cada vez mais durante a
pandemia.

Além
de ir contra o próprio discurso de não colocar vidas inocentes em risco, a
Prefeitura também ignorou fatores importantes que impossibilitam o cumprimento
dos protocolos de segurança definidos pela gestão Greca. A falta de
abastecimento de água, por exemplo, foi um problema que persistiu em diversas
unidades de ensino da rede municipal, forçando trabalhadores a realizarem
atendimento ao público sem a possibilidade de higienizar o local. Outra questão
é a estrutura. Muitas unidades não apresentam os quesitos necessários para
garantir o distanciamento social e as condições apropriadas de ventilação, o
que facilita a transmissão do vírus. Boa parte das denúncias sobre a
situação nas unidades foi realizada por meio do WhatsApp de denúncia da
Educação (41) 99988-2680.

Além
disso, os sindicatos recolheram amostras de álcool em gel distribuídas pela
Prefeitura para as unidades de ensino de Curitiba e levaram ao Laboratório
Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) para teste de qualidade. O resultado do teste foi alarmante: nenhuma das
marcas analisadas alcançou a concentração mínima necessária para eliminar o
novo coronavírus, que deve ser entre 68% e 72%. O percentual detectado nas
amostras varia entre 26,65% e 62,33%.

Álcool
e cobrança das vacinas

Com
pouco mais de uma semana de aulas presenciais nessas condições, o resultado foi
desastroso: 115 casos confirmados em 64 unidades de educação, sendo que 12
unidades apresentaram o que é considerado surto de Covid-19. Ao que tudo
indica, Greca já sabia da situação do colapso da saúde no estado e os planos de
fechamento de alguns setores por meio das reuniões com o governador Ratinho Jr.
e a cúpula de gestores, e mesmo assim manteve as aulas presenciais até a
publicação do decreto estadual.

Por
isso, diante dessa situação e do histórico de medidas da gestão Greca contra os
servidores municipais, devemos permanecer unidos e mobilizados em defesa da
vida e contra qualquer medida que estabeleça a volta das aulas presenciais sem
a vacinação de todos os profissionais da educação.
Também não podemos
permitir que as aulas sejam retomadas logo após a primeira dose da vacina dos trabalhadores,
pois o processo de imunização só é completo algum tempo após a segunda dose da
vacina.