Fala, Servidor: UPA Pinheirinho tem falta até de termômetros

Falta
estrutura, mão de obra, precisamos de mais pessoas, precisamos chamar as pessoas
que estão concursadas. Faltam suportes pra soro, monitores, espaço físico, tudo
o que também falta na UPA Sítio Cercado, falta ventiladores mecânicos…
Precisamos de mais enfermeiros, recursos humanos estão em falta pra gente
atender bem a população.”

“… o
setor de pediatria não tem mais vagas, agora as crianças tem que ser atendidas
com os adultos.”

Após ouvir esse depoimento você
teria coragem de ir para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), caso
precisasse? Você teria coragem de deixar um familiar, ou algum amigo nessa
situação? E se você não tivesse escolha?

Esse é o caso de milhares de
pessoas que tem buscado atendimento das UPAs, Unidades de Saúde (US) e
hospitais. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Curitiba não vai ter
hospitais de campanha, afinal de contas, as UPAs teriam uma melhor estrutura,
mas será que isso é mesmo verdade? Esse é o tema do Fala, Servidor, dessa
quinta-feira, 11 de fevereiro.

A UPA Pinheirinho – assim com
a Sítio Cercado e tantas outras – tem falta de trabalhadores. Desde o início da
pandemia a equipe tem se desdobrado para atender a população. E sem novas
contratações não é possível dar conta do aumento da demanda. A conta não fecha!

Além disso, além da lotação da
UPA de casos de Covid-19 e de outras doenças, o setor de pediatria está com
as vagas esgotadas
e as crianças que precisarem de atendimento terão que
ser atendidas com os adultos.

E como realizar o atendimento
de crianças e adultos se faltam materiais como termômetros? 
É um absurdo
que em meio a uma pandemia que um dos maiores sintomas de agravamento da doença
seja a febre, o local de atendimento esteja com falta de termômetros.

Os monitores para aferição de
sinais vitais são escassos e os trabalhadores são obrigados a escolher quem é
monitorado. Além disso, aparelhos que são básicos para qualquer unidade de
atendimento à saúde também faltam, como oxímetros e estetoscópio.

O SISMUC está cobrando a
Prefeitura para que a situação da UPA Sítio Cercado (clique aqui para saber mais) e Pinheirinho seja
resolvida. Se a sua unidade também está com falta de materiais e trabalhadores,
mande sua denúncia de forma anônima pelo Fala, Servidor, (41) 99661-9335.

Hospitais
de campanha para salvar vidas

No Brasil os hospitais de
campanha têm sido vistos como um gasto extra e não uma solução. Em Belo
Horizonte e Manaus, por exemplo, os hospitais foram entregues depois do pico do
número de casos. Mas será que o problema é o hospital de campanha ou são os governos
irresponsáveis que deixam a pandemia atingir estágios enormes de contágio antes
de fazer alguma coisa?

Em Curitiba o aumento do número
de casos vem sendo negado pela Secretaria Municipal de Saúde que sempre parece
querer esconder a gravidade da situação. Há uma semana atrás, a taxa de infecção era de 1,2. Os casos aumentaram 74% em duas semanas e as
mortes subiram 28%.

Os números alarmantes mostram que
é necessário mais do que reorganizar o sistema de saúde. Com as USs deixando de
realizar as consultas eletivas a população tende a procurar ainda mais as UPAs.
Com as UPAs lotadas e atendendo quase exclusivamente pacientes com coronavírus,
essas pessoas estarão ainda mais em risco.

Sem hospitais de campanha para
liberar as UPAs e USs para atender a população que precisa, a Prefeitura coloca
em risco a vida de todos!

Hospitais de campanha não são
meros barracões como Greca quer pintar para a população, mas sim, locais com
estrutura adequada para atender os pacientes.

Há um ano, com o início da pandemia, servidores denunciavam a falta de EPIs

A pandemia chegou em Curitiba oficialmente no dia 11 de março de 2020. Além de ser o dia que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a situação de pandemia no mundo, é também o dia que do primeiro caso confirmado de Covid-19 em Curitiba.



Há um ano atrás, os servidores reclamavam da qualidade e da demora da Prefeitura para distribuir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Em abril, mês do primeiro Fala, Servidor, a Prefeitura ainda não tinha distribuído equipamentos para todas as UPAs. Assim é fácil ver de quem é a culpa pelo caos em que vivemos hoje, não é mesmo?



O nível de proteção inadequado dos EPIs e a conquista de materiais com mais qualidade é uma vitória dos trabalhadores, porém, sabemos que em alguns locais ainda existe um grave problema com os equipamentos como a falta deles ou a baixa qualidade. Com o aumento da demanda e a transformação das USs em UPAs e das UPAs em atendimento exclusivo de Covid-19 a situação pode piorar ainda mais.



Reveja a denúncia do Fala, Servidor, e denuncie caso a sua unidade não tenha os equipamentos adequados para a manutenção da vida dos servidores.