Fala, servidor: trabalhadores da saúde denunciam descaso no remanejamento

Ontem,
às 17 horas, os trabalhadores da Unidade de Saúde Eucaliptos foram informados via whatsapp – canal
que não é o meio oficial de informação com os trabalhadores – de que seriam
transferidos no dia seguinte para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Sem
treinamento para atendimento intensivo, sem organização prévia, sem tempo para
se organizar, sem nada!
A indignação desses servidores é também porque a sua
unidade de saúde vai permanecer aberta, então por que eles têm que deixar o seu
local de trabalho?

Outro
ponto que gera preocupação é a falta de estrutura das unidades para o
atendimento. Se nem as UPAs têm a estrutura necessária – como mostrado no Fala,
Servidor da última terça-feira – as US tem menos ainda! Sem treinamento e sem
estrutura a pergunta que fica é: como os trabalhadores vão prestar o
atendimento adequado sem a estrutura mínima necessária?

A
decisão autoritária da gestão desrespeita a vida pessoal e profissional dos
servidores. Afinal de contas, que rodízio é esse? De onde veio essa ideia e
porque quem de fato atende a população todos os dias não está sendo consultado?
Por que os servidores da unidade têm que sair para outros virem no lugar, sendo
que estes não conhecem a comunidade e talvez nem tenham formação para isso? São
muitas perguntas sem respostas e que só exemplificam uma coisa: a falta de
preparo da Secretaria Municipal de Saúde e da administração para lidar com a
situação.

Os
servidores deixam claro que não estão se negando a trabalhar e só querem ser
tratados com respeito. Querem permanecer no seu local de trabalho, onde já
possuem vínculo com a comunidade e podem atender melhor a população. Quem está
na linha de frente lidando com a pandemia e desamparado pela administração sabe
o quanto a falta de reconhecimento dói. Os servidores querem atender a
população com qualidade e salvar vidas, isso é pedir muito?


Após denúncia, gestão dá desculpas esfarrapadas

Quando questionada sobre a troca de servidores na unidade, as
autoridades sanitárias alegaram que a troca deve acontecer pela necessidade de outro
“perfil” de trabalhador na unidade. Porém, é engraçado ver que não existe
diferença de capacitação entre os servidores. Então ao invés de continuar na
sua unidade de costume, atendendo a população que já existe vínculo, é melhor
que esses servidores sejam jogados nas UPAs?

Os servidores precisam sim de reforços nas unidades, mas é necessário
que esse reforço chegue de forma a ampliar o quadro e de avançar no atendimento
à população e não ao contrário.