Trabalhadores da educação seguem sem previsão de vacinação

Na última terça-feira (2), o
governo federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os
trabalhadores da educação serão incluídos como grupo prioritário
do Plano Nacional de Vacinação.
Entretanto, ainda não há
previsão de data e o anúncio parece contradizer o que o governo vem
fazendo na prática. 
No mesmo dia em que enviou a nota ao STF,
Bolsonaro publicou a Medida Provisória (MP) 1003/20, convertida na
Lei 14.121/2021,
com veto no trecho que incluía os profissionais
da educação na primeira fase do plano de vacinação. 

A Secretaria de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde afirmou na nota 17/2021, enviada ao
STF, que os trabalhadores da educação serão vacinados junto com
outros trabalhadores cujo serviço é considerado prioritário,
sem atropelar a fila de prioridades que já existe. 
Apesar
de o governo ter divulgado o anúncio como se fosse uma novidade,
essa já era a ordem prevista desde o mês de janeiro, quando foi
divulgado o 
Plano Nacional de Operacionalização da
Vacinação Contra a Covid-19.

No
dia 19 de fevereiro, o Ministério da Saúde chegou a afirmar, em
nota, que estudava incluir os trabalhadores da educação no
cronograma de vacinação a partir de março. Entretanto, o governo
ainda não tornou nenhuma medida oficial e ainda por cima vetou o
trecho da MP que incluiria os 2,34 milhões de trabalhadores da
educação na primeira fase do plano de vacinação.

A vacinação dos trabalhadores da
educação esbarra na falta de imunizantes, problema causado pelo
atraso e negligência do governo federal em negociar a compra com os
laboratórios. Até o início de março, o estado do Paraná
recebeu pouco mais de 700 mil doses, quantidade suficiente para
vacinar apenas cerca de 3% da população.

Na quinta-feira (4), a pasta
divulgou um novo 
cronograma para a entrega de
vacinas com a redução de quase 8 milhões de doses para o mês
.
O documento enviado ao Senado prevê 38 milhões de doses em março,
enquanto o cronograma divulgado no mês anterior previa 46 milhões.

Esse é o momento mais
crítico desde o início da pandemia de Covid-19.

São cerca de duas mil mortes por dia no Brasil. 
A
situação é grave e o sistema público de saúde já está em
colapso. 
Vários hospitais estão com 100% dos leitos ocupados e
pelo menos 730 pacientes com suspeita
ou confirmação de Covid-19 estão à espera de uma vaga para
internação no Paraná
.

Diante desse cenário trágico,
é inaceitável que a vacinação continue ocorrendo em um ritmo tão
lento. 
É
preciso que o poder público decrete 
lockdown
imediatamente para reduzir a circulação do vírus, enquanto acelera
a vacinação para proteger a população antes que as variantes e
mutações do vírus exijam a criação de novos imunizantes. 
Essa
é a única forma de impedir que milhares de pessoas morram por
complicações da Covid-19 ou porque não tiveram atendimento médico
adequado a tempo devido à superlotação dos hospitais.

Se o Brasil tivesse negociado e
comprado mais doses da vacina antecipadamente, o Sistema Único de
Saúde (SUS) teria condições de aplicar cerca de 60 milhões de
doses do imunizante por mês e poderia concluir a vacinação até o
meio do ano.

Essencial é preservar vidas!
Aulas devem permanecer suspensas até a garantia de vacinas e de
testes periódicos para os trabalhadores da educação, com
lockdown
desde já para reduzir as taxas de contágio e superlotação de
hospitais!

Pela
suspensão de todas as atividades não essenciais para reverter o
colapso na saúde.

Pelo
retorno imediato e aumento do valor do auxílio emergencial para
garantir o isolamento de quem está desempregado ou na informalidade.

Vacinação
já e para todos!

Vacina para todos

Profissionais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e segurança pública também lutam pela inclusão entre os grupos prioritários de vacinação. Os trabalhadores da segurança chegaram a ser incluídos na MP 1003/20, assim como os da educação, mas foram vetados. Continuamos cobrando a vacinação para todos que estão na linha de frente no atendimento à população.

Greve sanitária em defesa da vida

Após um ano de ensino remoto, a rede municipal de ensino de Curitiba retomou as aulas presenciais no último dia 18 de fevereiro. Com uma semana de atividade, foi necessário suspender as aulas presenciais devido ao colapso na rede de atendimento de saúde. Até agora, os sindicatos já receberam denúncia de confirmação de casos de Covid-19 em pelo menos 45 unidades de ensino.



Diante de tanto descaso e irresponsabilidade com a vida, trabalhadoras e trabalhadores da educação se reúnem em assembleia virtual neste sábado (06/03), às 14h (em primeira chamada), pelo Zoom. Para participar, faça sua inscrição com antecedência em bit.ly/assembl3ia



O SISMUC e o SISMMAC, cobram desde o ano passado, a vacinação dos profissionais da educação e a testagem em massa para um retorno seguro das atividades.



Continue encaminhando denúncias e o resultado dos testes de Covid-19 aos sindicatos. O canal para envio desses dados é o WhatsApp da Educação (41) 99988-2680. Essas informações continuarão subsidiando nossa luta para que as aulas permaneçam suspensas até a garantia da vacina!