Falta de água ameaça a vida de servidores da Educação em trabalho presencial

O problema da falta de abastecimento
de água nas unidades de ensino da rede municipal persiste essa
semana, impedindo que os servidores da educação, que a Prefeitura
insiste em manter em trabalho presencial, realizem as medidas básicas
de higiene para evitar a contaminação de coronavírus.

Logo no início da semana, os
sindicatos receberam a denúncia da Escola Municipal Júlia Amaral di
Lenna que, assim como na última sexta-feira (26), ficou sem
abastecimento de água em toda a unidade. Ou seja, os trabalhadores
da unidade tiveram que realizar atendimento ao público, devido à
entrega dos kits de alimentação, sem a possibilidade de garantir a
higiene no local.

A primeira semana de volta às aulas
presencias também revelou como o racionamento de água atingiu a
segurança da comunidade escolar. O CMEI Porto Belo, por exemplo,
enfrentou a falta de água durante quatro dias na unidade. As escolas
municipais Maria do Carmo Martins 
e CEI Heitor de Alencar
Furtado, ambas da regional CIC, ficaram sem água nos principais
pontos das unidades, dificultando a higiene e hidratação de alunos
e funcionários.

Outras unidades como as escolas
municipais Darcy Ribeiro, Newton Borges, Araucária, Erasmo Piloto e
CMEI Professora Maria Viezzer Hermann também enviaram relatos
denunciando a falta de abastecimento de água.

Vale lembrar que na semana passada,
enquanto diversas unidades enfrentavam a falta de água, houve o
atendimento presencial aos alunos e também a distribuição dos kits
de alimentação.

Essas situações não são casos
isolados no município e mostram que a gestão Greca ignora muitas
unidades que não têm estrutura para enfrentar o racionamento de
água em meio à pandemia sem comprometer as medidas de segurança
necessárias.

Além disso, a prefeitura também
coloca questões meramente burocráticas acima do bem-estar dos
trabalhadores da educação. Na última segunda-feira (1º), os
sindicatos SISM
UC
e SISM
MAC
estiveram na Secretaria Municipal da Educação (SME) para cobrar uma
nova orientação que garanta a retomada do trabalho remoto para
todos os servidores da educação. Em resposta, a SME afirmou que
pretende manter o trabalho presencial para garantir o registro de
estudantes no Sistema Estadual de Registro Escolar (Sere), a entrega
dos kits de alimentação, a limpeza das unidades e os preparativos
para a retomada das aulas presenciais no dia 8 de março.

O Decreto Municipal 400/2021 aponta
a prioridade pelo teletrabalho para reduzir a taxa de contágio de
Covid-19 até o dia 8 de março, mas, na prática, a Prefeitura age
como se o grave colapso da saúde no estado do Paraná fosse se
resolver em apenas uma semana, e ainda sem decretar a volta total do
trabalho remoto dos trabalhadores da educação, garantindo apenas a
entrega dos kits de alimentação.

Essa postura intransigente da
Prefeitura que coloca a vida de servidores e da comunidade escolar em
risco se torna ainda mais prejudicial com a falta de água nas
unidades escolares. Por isso, as direções do SISMMAC e do SISMUC
reforçam: a entrega dos kits de alimentação é a única atividade
realmente essencial nesse momento crítico de pandemia. Exigimos que
todas as demais atividades, incluindo a entrega de qualquer material
impresso, sejam suspensas e que os trabalhadores permaneçam no
trabalho remoto até a garantia de vacina e testagem periódica dos
trabalhadores.

Faça a sua denúncia!

A questão da falta de água e
demais casos sobre trabalho presencial, suspesitas e confirmações
de contaminação de Covid-19 e descumprimentos do protocolo de
segurança serão debatidos na audiência com o Ministério Público
do Trabalho marcada para esta terça-feira (2), às 16h. Além de
reivindicar que o órgão intervenha e ajude a cobrar a publicação
uma orientação coerente com o decreto estadual e com o momento
crítico da pandemia, a audiência também debaterá a série de
denúncias protocoladas ao longo da semana passada.

Mesmo com a suspensão das aulas
presenciais, é fundamental que as servidoras e servidores continuem
avisando os sindicatos sobre os resultados dos testes de Covid-19 e
sobre os problemas enfrentados nas unidades de ensino. O canal para
envio dessas denúncias é o WhatsApp da Educação (41) 99988-2680.
Essas informações continuarão subsidiando nossa luta para que as
aulas permaneçam suspensas até a garantia da vacina!