Em reunião do CMAS, gestão desvaloriza servidores para justificar terceirização na FAS

O SISMUC participou nesta terça-feira (23) da reunião do
Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). A pedido dos trabalhadores uma
das pautas da reunião foi a terceirização das Unidades de Acolhimento
Institucional (UAIs) e a inclusão dos trabalhadores do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS) no plano municipal de vacinação. Pela manhã os trabalhadores
fizeram um protesto contra a terceirização das UAIs na frente da sede da FAS,
no Campo Comprido.

A reivindicação defendida pelo Sindicato, para vacinar os
trabalhadores do SUAS contra a Covid-19 ganhou força.
Durante a reunião foi
decidido que será enviado um ofício conjunto para a secretaria municipal de
Saúde, assinado pelo SISMUC, CMAS e Confetam, reivindicando a vacinação para os
trabalhadores da Fundação de Assistência Social (FAS).

Os trabalhadores da assistência social estavam previstos no
plano municipal de vacinação logo após os servidores da saúde, mas o plano
acabou sendo alterado em fevereiro e com a mudança, os trabalhadores da FAS serão
imunizados somente após a vacinação de todo o grupo de risco, o que representa
um descaso com esses trabalhadores que estão na linha de frente no
enfrentamento da Covid-19.

A pandemia do novo coronavírus trouxe reflexos desastrosos
que vão muito além da saúde. Os problemas sociais da classe trabalhadora
aumentaram muito nesse período e o resultado se vê nos equipamentos municipais
da FAS, onde a demanda tem sido crescente.

Não à terceirização

A terceirização das UAIs foi um dos pontos bastante debatido
na reunião da CMAS. A gestão do desprefeito Rafael Greca já homologou a
contratação de uma organização não governamental para assumir alguns espaços,
sem diálogo com os trabalhadores e sem transparência no processo.

Na reunião, a gestão desqualificou os servidores da FAS para
justificar a terceirização das UAIs. Uma das representantes da administração
chegou a afirmar que os educadores sociais que atuam nas UAIs não são
qualificados e que a empresa terceirizada terá equipe qualificada para atender
as crianças e adolescentes acolhidos. Uma clara desvalorização e
desqualificação dos educadores sociais de carreira que prestam um serviço
público!

Conforme apuração do Sindicato, a Prefeitura realizou um
chamamento público para que ONGs possam gerir as UAIs, o que caracteriza
terceirização. Conselheiros dos trabalhadores têm criticado a falta de debate
sobre a pauta no CMAS. O assunto só foi discutido porque os trabalhadores
reivindicaram. Conforme a gestão, não entrou na pauta antes porque ainda não
existe um plano de como vai acontecer. Mas então, fica a pergunta: Se não tem o
plano concluído, porque já foi homologado o contrato?

Educadores sociais que participaram da reunião destacaram a
importância do vínculo com os abrigados, o que com a terceirização seria
comprometido, pois há muita rotatividade de trabalhadores devido aos baixos
salários e sobrecarga de serviço.

Desvalorizar e desqualificar os educadores sociais de
carreira não é justificativa para terceirização!

Vamos resistir a mais este ataque! Na próxima segunda-feira,
1° de março, a partir das 18h, os trabalhadores da assistência social se reúnem
em assembleia virtual
. Em breve mais informações.