Vereadores querem educação como atividade essencial, mas sem vacinas

Na
última segunda-feira (8), a maioria dos vereadores da Câmara Municipal de
Curitiba aprovou o regime de urgência do Projeto de Lei que estabelece a educação
como atividade essencial
no município de Curitiba.

A proposta, apresentada por Denian Couto
(Pode) e pelas duas vereadoras do partido NOVO na Câmara, Amália Tortato e
Indiara Barbosa, quer passar, à primeira vista, a ideia de preocupação com a
situação da educação na cidade. Entretanto, a verdade é que o PL servirá
apenas como mais uma ferramenta para dificultar a interrupção legal das
atividades presenciais nas unidades de ensino durante a pandemia.
Em casos
de contaminação nas unidades ou aumento de casos no município, a Prefeitura
teria que recorrer ao judiciário para suspender as aulas presencias.

O verdadeiro objetivo do projeto se torna
ainda mais evidente com o 3º parágrafo do Art.1 da proposta:

“(…) § 3º A condição de essencialidade dos
serviços educacionais definida no caput restringe-se ao contexto da pandemia da
COVID-19 ou demais circunstâncias de calamidade pública.”

Isso significa que o status de atividade
essencial, de acordo com a proposta, valerá apenas durante a pandemia e outros
contextos de calamidade pública e só servirá para garantir atendimento
presencial. O Projeto de Lei não tem a intenção de valorizar os
trabalhadores ou de combater a precarização das condições de trabalho
dos
servidores da educação, pois somente o status permanente de serviço essencial
impediria ataques como a contratação desenfreada de PSS.

Vacinação

O Projeto de Lei não menciona em nenhuma
parte a necessidade de proteger os trabalhadores da educação e incluir essas
categorias nos grupos prioritários para receberem a vacina. Na última
terça-feira (9), os vereadores da oposição na Câmara Municipal apresentaram um
requerimento que propôs atrelar a volta às aulas presenciais com a vacinação
plena dos professores, considerando que a categoria será colocada na linha de
frente e ficará ainda mais exposta ao vírus.

No entanto, a proposta da oposição recebeu 23
votos contrários, inclusive dos autores da proposta que torna a educação uma
atividade essencial,
e foi derrubada. Amália Tortato (Novo), ao defender o
voto contrário, afirmou que a Secretaria Municipal da Educação (SME) teve tempo
para se preparar e que as unidades e os trabalhadores da educação estão
abastecidos com materiais de higiene e EPIs. A afirmação é tão desprendida da
realidade quanto o protocolo insuficiente elaborado pela Prefeitura. Além
disso, os servidores municipais sabem que a gestão Greca não garantiu
suprimentos nem para a UPA, quem dirá para as unidades escolares?

Tramitação

Com a aprovação do regime de urgência, o
projeto será votado sem a necessidade de passar pelas comissões permanentes do
Legislativo, que podem se manifestar sobre o projeto até esta quinta-feira
(11). Depois disso, o Projeto de Lei entra em pauta para votação em sessão
plenária na próxima segunda-feira, dia 15 de fevereiro.

Movimento grevista

Outro grave ataque decorrente dessa
proposta é que, como atividade essencial, os servidores da educação estariam
coibidos de entrar em greve contra os desmandos da gestão Greca durante a
pandemia. Dessa forma, o PL oferece força legal para a administração
deslegitimar os movimentos grevistas e barrar na justiça a luta por melhores
condições de trabalho dos trabalhadores da educação.

Na última quarta-feira, os trabalhadores
da educação decidiram, em assembleia, entrar em estado de greve para lutar em
defesa da vida e exigir a vacinação dos servidores
para que haja um retorno
realmente seguro tanto aos profissionais quanto às crianças que a gestão Greca
está expondo ao risco de contaminação.

A assembleia também definiu um calendáriode ações para a construção de uma grande mobilização. Uma das ações será um ato na Câmara Municipal na segunda-feira (15), dia da votação do Projeto de Lei, contra os graves ataques que essa proposta representa. O ato, que acontece às 8h em frente à Câmara Municipal, também exigirá a inclusão dos trabalhadores da educação nos grupos prioritários da vacinação.

SISMUC convoca servidores da odontologia para reunião

Atenção, profissionais que atuam na odontologia, convidamos vocês para participarem da reunião, no dia 29 de setembro, às 19 horas, no SISMUC, para tratar das condições de trabalho e da transição da carreira. Esse espaço é fundamental para deliberarmos sobre

Leia mais »