O desprefeito Greca insiste na retomada das aulas
presenciais, mesmo sem que os trabalhadores da educação tenham recebido a
vacina. O governo garante que os
protocolos serão cumpridos, sem considerar salas superlotadas, falta de
profissionais de educação e equipes de limpeza, o comportamento das crianças em
sala de aula e em espaços de convivência da escola e do CMEI.
Quem insiste no retorno das aulas presenciais sem
imunização desconhece a realidade vivida pelos trabalhadores da educação ou é
negligente com a saúde de toda a população e só quer atender os interesses dos
empresários da educação. Talvez, o
desprefeito Greca e sua equipe se encaixem nas duas situações.
Com a saúde
sobregarregada, o retorno presencial das aulas pode prejudicar ainda mais o
sistema de saúde em Curitiba, além de colocar em risco a vida da comunidade.
Greca descumpre com sua própria palavra
Em entrevista à RPC em novembro de 2020, Greca
disse:
“Só dá pra abrir escolas se tiver antiviral ou
vacina, ninguém quer matar inocentes.”
Agora, pouco mais de dois meses depois, e num
cenário tão ou mais preocupante que o de novembro em termos de número de casos
de Covid-19, o desprefeito Rafael Greca parece disposto a arriscar a vida de
inocentes com o retorno do ensino presencial.
Inclusive, esta semana, as unidades escolares
recebem um ofício da Prefeitura com as orientações para a volta às aulas.
Entretanto, as medidas adotadas pelo governo não garantem a segurança de todos.
Para além disso, Greca também repassa a
responsabilidade para as mães e pais dos alunos, que deverão assinar um termo
de consentimento.
Dois pesos e duas medidas: por que as vidas de uns
importam e de outros não?
A Câmara Municipal teve a primeira sessão plenária
do ano de 2021 nesta segunda-feira (1). E, para preservar a saúde e a vida dos
parlamentares e dos servidores que atuam na Câmara, os trabalhos seguirão
remotamente até, pelo menos, dia 28 de fevereiro.
Já o prefeito Rafael Greca e a SME parecem não
estar nem um pouco interessados em preservar a saúde e a vida de mais de cerca
de 15 mil trabalhadores da educação e mais de 130 mil crianças matriculadas na
rede municipal de ensino e
suas famílias.
Será que Greca vai aplicar multa em si próprio?
Em matéria publicada no G1, Greca disse:
“Se os neurônios não funcionam, que arda o bolso”,
sobre fiscalização intensa contra a Covid-19.
O desprefeito estava se referindo à nova lei
municipal 15.799, de janeiro deste ano, que multa as pessoas que descumprirem
as regras de prevenção ao coronavírus.
Mas, peraí, será que Greca está disposto a
multar a si próprio e também a Secretaria Municipal de Educação? Só pode ser,
já que a retomada das aulas presenciais representa aglomeração nas escolas e CMEIs e
aumento do contágio entre trabalhadores, estudantes e suas famílias.
De fato, é o bolso de Greca que está ardendo com a
pressão dos empresários das escolas particulares e, por isso, ele está
colocando em risco milhares de vidas com a volta presencial das aulas.
Nem a UPA tem álcool em gel em quantidade
suficiente, já pensou como vai ser nas unidades escolares?
A Prefeitura de Curitiba não garante equipamentos
de proteção e material de higiene nem mesmo nas unidades de saúde.
Nas UPAs, os equipamentos de proteção respiratórios
são destinados apenas para quem está trabalhando diretamente com a Covid-19,
como se o vírus respeitasse as demarcações feitas dentro da unidade. Mesmo os
trabalhadores que estão fora da ala exclusiva para pacientes positivos estão
sendo infectados.
Isso porque nossa cidade vive uma alta taxa de
transmissão do vírus. Até mesmo o álcool em gel para desinfecção de
equipamentos é racionado!
Já imaginou como vai ser nas escolas e CMEIs? Além
de o protocolo ser insuficiente e descolado da realidade da rede municipal de
ensino, não dá para confiar que o desgoverno Greca vai dar as condições para
seguir todas as orientações.
Assembleia do dia 10 de fevereiro
É por esse motivo que, na próxima quarta-feira
(10), teremos uma assembleia virtual, a partir das 18h, para todos os
trabalhadores da educação sindicalizados ao SISMUC ou ao SISMMAC. Os
servidores municipais irão discutir a possibilidade de iniciar o ano letivo em
greve caso o prefeito de Curitiba não recue na retomada das aulas presenciais
sem vacina. Faça a sua inscrição e participe!