Como se não bastassem os meses de trabalho extenuante no
combate à pandemia, os trabalhadores da saúde vivenciam o desrespeito e o descaso
até mesmo na hora da imunização.
Os relatos dos servidores da área da saúde que buscaram o
atendimento para receber a vacina contra a covid-19 nesta quinta-feira (28)
comprovam que a saúde e o bem-estar dos trabalhadores da linha de frente,
infelizmente, valem muito pouco para essa gestão.
Além de aguardarem horas numa fila, em pé e debaixo de chuva,
muitos servidores e servidoras das UPAs tiveram que voltar para as suas casas
sem a imunização. Enquanto Greca tenta transformar a saúde pública em um evento
de autopromoção, trabalhadoras e trabalhadores da linha de frente continuam expostos
aos riscos de contágio.
Isso sem falar que, enquanto os trabalhadores se deslocam,
muitas vezes de lugares distantes para enfrentar a fila no Barigui, o restante
da equipe precisa dar conta do atendimento em unidades de saúde que estão
lotadas com a alta demanda gerada pela pandemia. Diante da situação, sindicatos
foram à justiça pedir que os trabalhadores sejam vacinados nos seus locais de
trabalho.
Enquanto equipes das UPAs e hospitais enfrentam a
aglomeração à espera da imunização, muitos outros trabalhadores da saúde ainda
não têm previsão de quando serão imunizados.
É o caso de trabalhadores de unidades básicas de saúde, que
atendem diariamente pacientes com casos confirmados de coronavírus e inclusive já
vivenciaram surtos de contaminação nos seus locais de trabalho. A informação da
Prefeitura é de que eles serão comunicados via aplicativo Saúde Já. Mas é
fundamental que a gestão consiga agilizar esse processo e garantir a imunização
de todos os trabalhadores da linha de frente e garanta a proteção dos trabalhadores
que se expõem diariamente a riscos de contágio.
