Sindicatos vão à justiça cobrar a descentralização da vacina

O pavilhão de aglomeração de Greca no Parque Barigui é
motivo de vergonha para Curitiba.
Nesta quinta-feira (28) trabalhadores da
saúde que foram chamados para a vacinação tiveram que aguardar horas na fila
debaixo de chuva, enfrentando uma aglomeração causada pela gestão municipal que
contraria todas as recomendações para prevenção de contágio do novo
coronavírus.

E o pior é que mesmo com a intensa denúncia do caos vivido
na espera pela vacina, a desorganização na estratégia de vacinação faz com que
a aglomeração e as filas se repetirem nesta sexta-feira.

Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19 em
Curitiba, o SISMUC e o SISMMAC, assim como diversos órgãos e entidades, vêm
questionando a decisão propagandista de Greca de centralizar a imunização no
Parque Barigui. O Ministério Público do Paraná, Ministério Público Federal,
Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública do Paraná e Defensoria
Pública da União também questionaram a estratégia de vacinação, que fere a
universalidade, a gratuidade e o amplo acesso aos serviços de saúde. O Conselho
Regional de Enfermagem do Paraná (Coren/PR) também se posicionou reforçando a
recomendação feita pelos órgãos de justiça e endossa o pedido pela descentralização.

Só que o desrespeito e o descaso dessa gestão não têm
limites. A gestão insiste em manter a campanha centralizada e o agendamento via
aplicativo.

Diante da situação caótica e sem diálogo por parte da
gestão, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC), o
Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (SIMEPAR) e o Sindicato dos
Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Paraná (SINDSaúde-PR) foram à
justiça para exigir a descentralização da vacina contra a Covid-19 para
trabalhadores da saúde em Curitiba.
O SISMMAC também apoia a iniciativa, mas não assina a
petição neste momento para evitar problemas de tramitação, já que não
representa os trabalhadores da saúde.

No entanto, no mesmo dia a liminar foi indeferida. Os sindicatos seguem na luta para garantir condições adequadas de acesso dos trabalhadores à vacinação. 

Nesta sexta-feira, a secretária municipal de saúde, Marcia
Huçulak, chegou a anunciar que haveria a descentralização da vacina para
trabalhadores da saúde. Mas, na realidade, a medida adotada refere-se apenas à
vacinação no local de trabalho para os profissionais dos hospitais Evangélico
Mackenzie, Cajuru, Hospital do Trabalhador, Pequeno Príncipe e Hospital de
Clínicas. E como ficam os trabalhadores das UPAs e de outras unidades de saúde?

A secretaria de saúde ainda afirma que as etapas seguintes
da vacinação, que se dirigem à população, devem acontecer de forma
descentralizada nas unidades de saúde e com serviço drive thru. No
entanto, a desorganização com essa concentração inicial já traz muitos
problemas para os trabalhadores da linha de frente, que vivem uma realidade de
incertezas e descaso.

Referência em vacinação?

O Brasil tem um Programa Nacional de Imunização (PNI) que é tido como referência mundial. A incorporação de várias vacinas no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) faz com que o nosso país seja um dos poucos países do mundo a oferecer um rol extenso de imunizantes e com alta taxa de cobertura da população.



Inclusive, em 2010, durante a pandemia de H1N1, foi essa experiência em vacinação que permitiu que a meta de imunização entre os grupos de risco fosse atingida com rapidez, como noticiado pelo jornal Plural. Na época, a descentralização com abertura de mais locais de vacinação foi a estratégia para atingir a taxa de cobertura necessária.

A situação vivenciada hoje com a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus é algo sem precedentes, mas é possível traçar um paralelo nas estratégias de controle do vírus, uma vez que a prevenção da H1N1 e da Covid-19 são semelhantes.



Com equipes técnicas preparadas e qualificadas, que são os servidores públicos da área da saúde, e unidades básicas que atuam na vacinação de forma rotineira, a questão que fica é por que o desgoverno Greca ignorou todo a experiência em imunização da cidade para adotar uma estratégia furada que coloca a população em risco?



A resposta é simples: mais uma tentativa do desprefeito de transformar tudo em autopropaganda. Mesmo que isso represente mais e mais vidas colocadas em risco.

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