Redução de 20% no quadro de servidores da saúde reflete na pandemia

Na última semana, a secretária de saúde Marcia Huçulak deu
uma declaração evidenciando algo que o SISMUC vem levantando desde o início da
pandemia: faltam trabalhadores da saúde para abertura de mais leitos.Enquanto isso, com
hospitais a cada dia
mais lotados, o temor atinge os usuários do serviço público.

O risco de colapso do sistema de saúde era um alerta desde o
início da crise do coronavírus. Mas, algumas medidas poderiam ter sido adotadas
para que a situação não se agravasse. O reforço na proteção e a valorização dos
trabalhadores da saúde, aliada a contratação de mais profissionais via concurso
público, poderia
preparar melhor o sistema para a segunda onda de infecções que chegou com
força.

Nos últimos anos, a Prefeitura de Curitiba vivenciou uma redução
no quadro de servidores, incluindo todos os cargos da saúde. A falta de
contratações via concurso público resulta no enfraquecimento do sistema de
saúde pública
e,
se a situação já era delicada antes da pandemia, agora ela se torna
insustentável.

A comparação do número de servidores por ocupação, entre os
anos de 2012 e 2019 mostra a redução significativa no quadro dos
trabalhadores que constroem a saúde pública em Curitiba. O percentual de
redução total é de pouco mais de 20%, o que representa 1347
servidores a
menos no atendimento à população na maior crise sanitária dos últimos anos.

Se
olharmos somente para o governo Greca, vemos que grande parte desse
déficit ocorreu em sua gestão.

O desprefeito deixou de repor 644 servidores da saúde na
sua gestão, uma redução de 10,8%.
Chama a atenção o encolhimento do quadro
de técnico de enfermagem, que perdeu
225 trabalhadores no último mandato.
Isso significa que os servidores que estão na ativa vivem uma constância de
pressão e sobrecarga de trabalho.

Além disso, é importante lembrar que existem trabalhadores
da enfermagem que foram aprovados no último concurso público de 2016 e que, mesmo com a situação de
emergência decretada em Curitiba, não foram chamados.

Além do concurso existente, a Prefeitura já deveria ter
realizado concursos para a reposição e aumento do quadro das demais categorias.
As centenas de trabalhadores que não foram contratados via concurso público
fariam a diferença nesse momento crítico em que a saúde dos trabalhadores
deveria ser prioridade.
No entanto, com ou sem pandemia, a prioridade do
desprefeito é a mesma: torrar dinheiro público em asfalto e propaganda, além de
agradar os empresários com repasses milionários, como no caso dos poderosos do
transporte público.

Contratação precária em vez de concurso público

Durante a vigência da pandemia, a situação da falta de servidores poderia ser amenizada com a convocação de servidores aprovados nos concursos de 2016, que teve o vencimento estendido aprovado na câmara.



Em vez disso, a gestão só contratou equipe de enfermagem via Processo Seletivo Simplificado (PSS), com remuneração por hora, com edital que já previa a carga horária desumana semanal de até 60 horas.



Ao invés de realizar o chamamento do número de trabalhadores adequado para atender à demanda respeitando a carga horária de 30 horas da categoria, a gestão escolheu submeter os trabalhadores a uma carga horária desumana, correndo riscos e sofrendo pressão em decorrência da situação de emergência.



Cansados, esgotados, sobrecarregados, contaminados pelo coronavírus e muitas vezes correndo risco de vida. Essa é a realidade dos trabalhadores da linha de frente em Curitiba, assim como em outras cidades do Brasil.



Já passou da hora de olhar para esses profissionais com o respeito que eles merecem. Por isso, vamos defender a vida de quem cuida da saúde da população! Contra o colapso da saúde, proteção e valorização para os servidores!

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