Quase metade dos vereadores do pacotaço não se reelegeu

Muitos vereadores da base do prefeito Rafael Greca (DEM) não
se reelegeram nas eleições deste domingo (15) para novo mandato na Câmara
Municipal de Curitiba (CMC). Este foi o resultado da campanha dos servidores municipais junto com os
sindicatos contra os vereadores que aprovaram o pacotaço e tiraram direitos dos
trabalhadores.

Entre os 25 vereadores da base do prefeito que eram
candidatos à reeleição, onze
vereadores não se reelegeram, 
incluindo a vereadora Julieta Reis, que
desistiu da candidatura na última semana e tentou transferir votos para seu
filho, que não se elegeu.

SISMUC e SISMMAC nunca deixaram cair no esquecimento os
nomes dos vereadores que votaram contra os trabalhadores nos ataques que
congelaram as carreiras dos servidores municipais, autorizaram o saque de R$ 700 milhões no
Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC),
acabaram com a licença-prêmio para novos servidores, aprovaram a precarização
nas relações de trabalho com a contratação de Processo Seletivo Simplificado
(PSS), não investiram na melhoria das condições de trabalho e perseguiram os
sindicatos.

Em
2021, a legislatura terá 18 novos vereadores, uma renovação de 47% entre
os eleitos. No entanto, não houve uma mudança de qualidade no novo quadro,
aparentemente sem muitos avanços no número de vereadores que devem representar
oposição ao desprefeito Rafael Greca e ao presidente Jair Bolsonaro.

Campanha
enfraquecida

Entre os vereadores que se elegeram, os líderes do Greca na
Câmara tiveram menos votos em comparação com o resultado das eleições em 2016.
Pier Petruzziello (PTB), líder do governo na CMC, e os que migraram para o
partido do prefeito, Serginho do Posto (DEM) e Mauro Ignácio (DEM), por
exemplo, se reelegeram, mas com menos votos:

Mauro
Ignácio – em 2016 obteve 7.721 votos – em 2020 foram 5.755

Pier
Petruzziello – em 2016 obteve 7.868 votos – em 2020 foram 7.495

Serginho
do Posto – em 2016 obteve 11.272 votos – em 2020 foram 10.061

Reeleição
de Greca

Com a
campanha Vaza, Greca! conseguimos mostrar os problemas da gestão do
desprefeito. Apesar de ter sido reeleito em primeiro turno, Rafael Greca
não debateu sua gestão com os demais candidatos e foi eleito em meio a uma
pandemia que contabilizou um grande número de abstenções. Ele perdeu para a
soma dos números de votos brancos, nulos e de quem se absteve, que totalizou
513.256 votos. Greca foi eleito com 499.821 votos.

Número de abstenção em 2016 foi de 211.952 – em 2020,
407.421


Votos nulos – 58.780 em 2016 – 117.920 em 2020

Votos brancos – 47.055 em 2016 – 44.834 em 2020

Sem
ilusão com as eleições, lembramos que a solução não é o candidato e sim a união
dos trabalhadores! Só com a luta organizada vamos avançar para a valorização
das nossas carreiras. Seguimos firmes na resistência e na defesa dos servidores
públicos. Firmes!