Protocolo para transporte escolar seguro é impossível de ser cumprido

O Comitê de Volta às Aulas se
reuniu nessa segunda-feira (21) para discutir os protocolos de segurança para o
transporte escolar e para isso, representantes da URBS participaram da
discussão.

Mas, para que essas regras sejam
cumpridas,
é preciso fiscalização. E, de acordo com o relato dos
representantes da URBS, com o atual efetivo,
esse parece ser um cenário
impossível.
Isso porque a cidade conta com apenas 21 trabalhadores
divididos em três turnos, manhã, tarde e noite, para fiscalizar todo o
transporte privado, ou seja, táxis, carros de apps, transporte escolar e
fretados no geral.

Segundo os representantes da
URBS, haveria muita dificuldade de realizar essa fiscalização e
regulamentação dessas medidas
, principalmente junto ao transporte escolar
autônomo, ou seja, aqueles que não tem contrato diretamente com a Prefeitura.

Várias vans e ônibus escolares
transportam crianças de diferentes unidades, da rede municipal, estadual e
particular, com claro risco de contaminação em toda a cidade.

Essa declaração revela que não há
segurança para o retorno das aulas presenciais, porque os protocolos
estabelecidos pela própria administração municipal não terão condições de serem
fiscalizados.

Crianças assintomáticas: risco
maior que o benefício

Um estudo realizado pela
Universidade de Harvard revelou que o papel das crianças na transmissão do
coronavírus é maior do que se imaginava.
As crianças com o
coronavírus, mesmo sem ter sintoma nenhum da Covid-19, apresentaram uma
carga viral alta nas vias respiratórias
, maior até do que a visualizada em
adultos internados nas UTIs com a doença. Ou seja, as crianças, mesmo sem os
sintomas, podem ser mais contagiosas que os adultos.

Outro estudo, realizado na Coreia
do Sul, também indica que não é possível identificar Covid-19 em crianças
apenas com exame clínico, é preciso testar
e, ainda assim, considerar a
margem de erro dos exames.

De acordo com uma pesquisa
realizada pela Prefeitura de São Paulo, sete em cada 10 crianças e
adolescentes infectados com coronavírus são assintomáticos.
Em Curitiba, a
gestão Greca nem ao menos divulga o resultado do levantamento feito com as
famílias dos alunos a respeito do retorno das aulas.

Uma das explicações para as
crianças serem mais contagiosas, mas ficarem menos doentes, apresentarem
quadros leves de Covid-19 e serem, em sua maioria, assintomáticas é o fato
delas terem menos receptores do vírus em seu organismo. O vírus chega até as
crianças e elas são potenciais transmissoras dele, mas, a grande maioria não
adoece com a mesma gravidade dos adultos.

É importante ressaltar que
crianças ficam doentes, sim
, que muitas chegaram a óbito no Brasil e tantas
outras, após terem a doença, tiveram quadro agravado e sequelas que ainda estão
sendo estudadas.

Todas essas informações
indicam que o protocolo definido pela Prefeitura é insuficiente para um retorno
às aulas seguro. Volta às aulas segura só com vacina!

Em relação ao transporte para o retorno das aulas, o protocolo estabelece que:

.: veículos transitem com 50% da lotação, com as crianças e adolescentes sentados em bancos intercalados,



.: aplicação de álcool em gel na entrada e saída do transporte



.: aferição da temperatura com termômetro antes de entrar no veículo



.: transitar com janelas abertas



.: desinfecção do veículo ao menos duas vezes ao dia