Sindicatos repudiam fala de Huçulak em reunião sobre volta às aulas

Os sindicatos participaram da
reunião do Comitê de Volta às Aulas nesta segunda-feira (14) e os protocolos de
higienização de salas de aula e refeitórios e aquisição de materiais foram os
principais temas da discussão desse encontro.

SISMUC e SISMMAC cobraram a
distribuição de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) para a entrega dos
kits, já que as máscaras de acrílico chegaram às unidades em número
insuficiente para a quantidade servidores no local. Segundo a Prefeitura, a
aquisição dessa máscara e de outros EPIs está sendo planejada e executada de
acordo com a disponibilidade dos fornecedores do município.

Entretanto, é importante
ressaltar que mesmo com a aquisição dos equipamentos de proteção e a adoção de
protocolos de segurança, o retorno às aulas presenciais não é seguro sem a
vacina.
Os EPIs são necessários e a preocupação com os protocolos também, o que
não pode acontecer é a Prefeitura querer dar a falsa sensação de segurança
enquanto expõem milhares de crianças, trabalhadores e suas famílias numa volta
às aulas forçada.

Os diretores do SISMMAC e do
SISMUC que compõem o Comitê reforçaram o que o funcionalismo já vem afirmando:
volta às aulas segura, só com vacina.

O Ministério Público do Estado do
Paraná (MPPR), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público
Federal (MPF) já se posicionaram dizendo que o debate sobre a retomada das
aulas presenciais é precipitado e que a responsabilidade desse retorno seguro é
do governo. O documento feito por essas entidades também indica que a
mantenedora tem que apresentar capacidade para rastrear os casos, o que está
longe da realidade curitibana no momento.

O SISMUC e o SISMMAC também repudiaram
a fala da secretária de Saúde, Márcia Huçulak, que defendeu a reabertura de
escolas e CMEIs e o retorno das aulas. Para os sindicatos, defender a volta às
aulas nesse momento é desconhecer a realidade do chão das escolas e CMEIs, o
que parece ser o caso da secretária de Saúde do município.

Para a gestão Greca, o que
importa não são os números de aumento de contágio, ocupação de leitos de UTI e
óbitos na cidade, já que o prefeito cede a cada pressão do empresariado local
e, hoje, mesmo sem conseguir reduzir o contágio em Curitiba, os shoppings e
comércios seguem de portas abertas.

Testagem

Hoje, o protocolo da Prefeitura
para os servidores municipais é testar apenas aqueles que apresentam sintomas
de Covid-19, quando, na verdade, o protocolo mais eficiente seria testar todos
aqueles que tiveram contato com um caso confirmado da doença. Na reunião, os
Sindicatos reivindicaram que o protocolo para testagem dos servidores seja
alterado.

Se hoje, quando escolas e CMEIs
estão fechados, a gestão do prefeito Rafael Greca já tenta economizar às custas
dos servidores, vocês já imaginaram como vai ser quando um dos alunos começar a
apresentar sintomas? Vai haver teste para toda a turma e os trabalhadores que
tiveram contato com a criança?

Enquete: volta às aulas

Os sindicatos cobraram novamente a publicização da pesquisa realizada com as famílias dos alunos a respeito do retorno das aulas presenciais. A administração está evitando divulgar esse resultado porque a imensa maioria das mães e pais dos alunos escolheu defender a vida dos estudantes e professores, de acordo com o levantamento paralelo realizado pelos Sindicatos. E esse é um número que a gestão Greca prefere esconder. Ou seja, com isso, nós já sabemos qual é a prioridade do atual governo, não é mesmo?

Os trabalhadores da educação seguem firmes na luta e, a qualquer movimento de retomada das aulas presenciais, estaremos mobilizados em defesa da vida dos trabalhadores e dos estudantes e suas famílias. Firmes!