Na
última segunda-feira (24), aconteceu a terceira reunião do comitê
responsável por elaborar os protocolos de um eventual retorno das
aulas presenciais na rede municipal de educação. O SISMUC e o
SISMMAC acompanharam a reunião e reafirmaram mais uma vez que o
retorno das aulas presenciais só ocorrerá com segurança quando
houver garantia de vacina e testes para toda a população.
Nesse
terceiro encontro, teve início a escrita do documento com os
protocolos de limpeza e organização das salas de aula, banheiros,
bebedouros e demais espaços das unidades de ensino. A próxima
reunião, que ocorre no dia 31 de agosto, deve terminar de debater o
protocolo para cada espaço para discutir na sequência os
responsáveis por cada função.
Além
das medidas de distanciamento, esses protocolos tendem a definir, por
exemplo, quantas vezes as maçanetas e torneiras devem ser
higienizadas. Porém, a eficácia das medidas é questionável no
contexto escolar. Os Centros Municipais de Educação Infantil
(CMEIs), por exemplo, não têm estrutura física para delimitar o
distanciamento entre as crianças em sala de aula.
Também
há dúvidas sobre se a gestão Greca garantirá as condições
mínimas para que esses protocolos sejam postos em prática.Afinal,
a Prefeitura não cumpre suas obrigações nem mesmo na entrega dos
kits de alimentação e das atividades escolares, o que não se
compara com as exigências, a complexidade e o ritmo das aulas
presenciais. O SISMUC e o SISMMAC lembraram que a gestão não
forneceu as máscaras de acrílico (faceshield)
em quantidade suficiente para todos os servidores que participam da
entrega, nem testou todos os servidores nas escolas onde tiveram
casos confirmados de Covid-19.
Os
sindicatos manifestaram a preocupação que esses protocolos criem
uma falsa de segurança, que além de colocar os trabalhadores da
educação, os alunos e seus familiares em risco, também serve para
que a Prefeitura jogue para os servidores a sua responsabilidade em
proteger vidas.
As
aulas estão suspensas até o dia 31 de agosto. Até o momento, a
Prefeitura não publicou um novo decreto prorrogando o retorno, mas
as declarações recentes de Greca e da secretária Municipal de
Educação Maria Sílvia Bacila dão a entender que será publicado
um novo adiamento.
Não
há dúvidas de que houve um recuo do prefeito Rafael Creca e do
governador Ratinho Jr diante da repercussão negativa, especialmente
entre as mães e pais de alunos. Entretanto, é preciso que
continuemos em alerta para cobrar que escolas e CMEIs permaneçam
fechados até que tenhamos segurança para o retorno de todos, com
garantia de vacina e testes.
A
decisão sobre o retorno das aulas presenciais será tomada pelas
autoridades sanitárias, que são comandadas pelo desprefeito Rafael
Greca e que permitiram que Curitiba passasse da bandeira laranja para
a bandeira amarela em agosto.
O perigo ainda não
passou! Curitiba já perdeu mais de 900 vidas para a Covid-19 e tem
mais de quatro mil casos ativos confirmados de pessoas com potencial
de transmissão do vírus. O sistema público de saúde continua
sobrecarregado e os servidores da linha de frente estão se
arriscando e trabalhando até a exaustão para salvar vidas.