Caos predomina quatro meses após 1ª morte de coronavírus no Brasil

Era 17 de março quando o Brasil confirmou sua 1º morte por coronavírus, em São Paulo, e não foi preciso mais do que um mês para que os óbitos por Covid-19 se tornassem realidade em todos os estados brasileiros. E quatro meses
depois, não sabemos ainda se o pior já passou. De lá para cá, o número de
mortes continua a crescer
diariamente em diversas regiões, ao contrário
de países que agiram rapidamente
e adotaram medidas drásticas e urgentes,
como o lockdown.

O início do surto no Brasil ocorreu quase dois meses depois de a situação fugir
do controle na China, epicentro da pandemia. Lá, o governo trabalhou dia e noite
para construir hospitais de emergência e segurou a população em casa nas
regiões de maior calamidade. O resultado veio rápido e, no início de março,
apenas 1 dos 20 novos casos no mundo era entre chineses.

Mas o relativo sucesso da China não foi o que serviu de
exemplo para o desgoverno Bolsonaro, que na primeira declaração em
cadeia nacional sobre o novo coronavírus se referiu à doença como
“gripezinha”
e se aproveitou de um momento de calamidade para atacar
trabalhadores.

Ao invés de usar o tempo que restava até a chegada da
Covid-19 no Brasil – algo inevitável – para reunir especialistas, dar ouvido a
pesquisas e traçar estratégias válidas, o presidente preferiu ignorar. Atendeu
ao apelo de empresários, disse que a economia não podia parar e que “era natural
as pessoas morrerem”.

Nesse meio tempo, dois ministros da Saúde deixaram o
cargo
, que oficialmente segue desocupado. A consequência de tanto descaso
foi uma curva acelerada de contaminações e mortes; cidades tendo que abrir
valas para enterrar seus mortos; containers abrigando corpos ao lado de fora de
hospitais e, claro, o colapso do Sistema Único de Saúde.


Sem uma política socioeconômica justa,
o
desemprego cresceu, afetou a classe trabalhadora
e, pela primeira vez na
história, o número de desempregados superou o de pessoas ocupadas no país. Como
não bastasse, um ataque aos direitos trabalhistas disfarçado de Medida
Provisória para ajuda emergencial às empresas permitiu a suspensão de
contratos de trabalho e a redução de salário e jornada
.

Para lembrar como tem sido o enfrentamento da pandemia no
Brasil, preparamos uma linha do tempo para relembrar a trajetória de lutas
nesses quatro meses.

A indignação não é pouca diante de um desgoverno que usa uma
tragédia para enfraquecer os trabalhadores. Por isso, mesmo em meio a tanta
tristeza, essa é a hora de fortalecimento! É só com luta e coletividade que
vamos conseguir superar tanta negligência.

Crédito das fotos usadas: MARÇO – FOTO 01 – Pixnio Creative Commons/FOTO 02 – Marcello Casal Jr/Agência Brasil. ABRIL – FOTO 03 – Pexels/ Creative Commons/FOTO 04 – Pixabay/ Creative Commons/ FOTO 05 – Marcio James / Semcom Prefeitura de Manaus/ FOTO 06 – Marcello Casal Jr/Agência Brasil . MAIO – FOTO 07 – Marcos Corrêa/ Presidência da República/ FOTO 08 –Tereza Fernandes – Ascom Sesa Governo do Estado do Ceará. JUNHO – FOTO 9 – Coren-DF/ Divulgação/ FOTO 10– Marcello Casal Jr/Agência Brasil/FOTO 11 – Anderson Riedel/ PR Agência Brasil/ FOTO 12 – Rio de Paz/Divulgação Facebook/FOTO 13 – Marcelo Camargo/ Agência Brasil/FOTO 14-Flavio Dutra/ UFRGS/FOTO 15 – U. Dettmar/ Agência Brasil. JULHO – FOTO 16 -José Baia/ Secom Governo do Estado do Amapá/ FOTO 17 – Sismuc/ Sismmac/FOTO 18 – Reprodução/ Câmara Municipal de Fortaleza/FOTO 19 – Reprodução/ Prefeitura de Barueri.