As direções do
SISMUC e do SISMMAC enviaram um novo ofício nesta segunda-feira
(22), reivindicando que as escolas e CMEIs abram apenas uma vez por
mês para fazer a entrega dos kits de alimentação e das atividades
complementares. O documento também cobra a realização de uma
reunião sobre o assunto e reivindica que o recolhimento e a correção
das atividades sejam suspensas como forma de contribuir com o combate
à propagação da doença, já que o vírus resiste por até cinco
dias no papel.
Depois que Curitiba
entrou em alerta laranja contra o Coronavírus, a própria Prefeitura
suspendeu uma série de atividades presenciais usando como argumento
as orientações do Decreto 774/2020. É
o caso, por exemplo, das negociações agendadas com o SISMUC e com o
SISMMAC para debater as reivindicações dos servidores,
muitas delas relacionadas às orientações contraditórias sobre o
funcionamento das atividades presenciais e sobre o trabalho remoto
durante a pandemia.
O alerta laranja foi
decretado para tentar evitar o colapso nas Unidades de Tratamento
Intensivo (UTIs) de Curitiba diante do avanço da pandemia nas
últimas semanas. No domingo (21), a Prefeitura divulgou que 165
vagas de UTI exclusivas para Covid-19 estão ocupadas no Sistema
Único de Saúde (SUS), o que significa uma taxa de ocupação de 74%
em relação ao total de 223 vagas. Já foram registradas 109 mortes
e 2.885 casos confirmados de Covid-19 na cidade, enquanto o número
de mortes no Brasil já ultrapassou 50 mil.
Não há dúvidas
neste momento de que é preciso suspender, ao menos temporariamente, as
atividades não essenciais para reduzir a velocidade da propagação
do vírus e assim proteger vidas. A próxima distribuição de
atividades complementares pode ser feita em meados de julho, na data
já programada para a entrega dos kits de alimentação escolar. A
correção das atividades complementares também pode ser feita em
outro momento, quando número de casos e o risco de contaminação
estiverem mais baixos em nossa cidade.
É contraditório
que a Prefeitura suspenda a negociações com os sindicatos, enquanto
segue exigindo que os trabalhadores da educação se desloquem até
as unidades nesse momento para buscar e corrigir as atividades
complementares. O SISMUC e o SISMMAC reivindicam que as reuniões
de negociação sejam mantidas por videoconferência, mas até o
momento não houve abertura da administração. É importante
ressaltar que a videoconferência já vem sendo amplamente utilizada
pela Prefeitura para as reuniões dos conselhos municipais, como os
do ICS e do IPMC, e não há motivos que a mesma metodologia não
seja usada para a negociação com os sindicatos.
Diminuir a
circulação de pessoal e ampliar o isolamento social fazem toda a
diferença nesse momento. A suspensão mesmo que temporária das
correções e da entrega de atividades complementares prevista para a
próxima semana evitaria o deslocamento e aglomeração dos
trabalhadores da educação e das 140 mil famílias que mantêm seus
filhos estudando na rede municipal de educação.