Após cobranças incisivas do SISMUC para que ocorresse um maior diálogo entre o Sindicato e a gestão, nesta quarta-feira (15), o SISMUC esteve em reunião com a superintendente executiva da secretaria da saúde, Beatriz Nadas, para tratar da saúde do trabalhador, com a presença dos demais sindicatos que representam os servidores municipais.
Na ocasião, a gestão informou que haverá atualização no Decreto 430, que trata das medidas direcionadas aos servidores municipais diante da pandemia do novo coronavírus.
Uma das mudanças será a orientação para que os servidores da saúde com suspeita de Covid-19, sejam encaminhados para a realização do exame PCR (um dos tipos de teste disponível para detectar a doença). A realização de teste entre os servidores, em especial da saúde, também tem sido uma pauta de luta dos sindicatos, pois é uma medida muito importante para controle da infecção entre os que estão na linha de frente. Sobre a assistência social a administração informou que a decisão sobre a realização de testes precisa vir da própria Fundação de Ação Social (FAS), o SISMUC está cobrando para que isso aconteça.
Mais uma vez, a gestão assumiu um discurso de que está tudo sob controle com relação aos EPIs. Só que as denúncias que estão vindo da base mostram que a situação não é bem essa. O SISMUC tem acompanhado de perto os diversos problemas enfrentados pelos servidores e está claro que na ponta, os servidores estão recebendo orientações até mesmo de utilizar os EPIs por um tempo muito acima do recomendado, ficando mais expostos aos riscos de contaminação. Alguns inclusive têm dividido as máscaras N95 para não deixar seus colegas de trabalho desamparados, algo que facilita muito o contágio.
Em nota publicada no site da Prefeitura, o discurso é de “Uso Racional”, mas a realidade é que em muitos locais os servidores da linha de frente têm sido impedidos de utilizar os equipamentos devido à falta de uma política efetiva de controle do coronavírus por parte da gestão. Além disso, diante da situação de pandemia a administração se comprometeu a realizar uma capacitação sobre a utilização de EPIs para todas as equipes, que ainda não aconteceu – o que é um absurdo já que as demandas são urgentes.
O SISMUC reforçou a cobrança para que profissionais da saúde tenham hotéis à disposição para isolamento, evitando assim o risco de contaminação da sua família. A gestão prometeu que essa pauta será atendida em breve, mas, mais uma vez vê-se a demora da Prefeitura em tomar as medidas necessárias, uma vez que essa é uma reivindicação da categoria que o sindicato vem cobrando desde que foi declarada a pandemia pelo coronavírus.
Além disso, o sindicato tem alertado a administração sobre a necessidade de medidas de proteção coletiva, para além das medidas de proteção individual. É necessária a manutenção de pelo menos dois metros de distância entre os trabalhadores, além de funções bem estabelecidas para evitar o contato entre os que estão mais próximos de pessoas infectadas. O fornecimento de produtos de limpeza também é indispensável, assim como a ampliação do quadro de funcionários que realizam essa função.
Essas são só algumas das medidas que vêm sendo cobradas, e para deixar mais claro, o SISMUC tem realizado estudos sobre as necessidades individuais e coletivas e está preparando um material para avançar no debate, e mostrar para os servidores e servidoras quais os seus direitos diante dessa pandemia.
Juntos, vamos continuar cobrando a prefeitura para que possamos passar por este momento com o mínimo de risco possível para os trabalhadores e trabalhadoras do município.