EAD desconsidera a difícil realidade das famílias durante a pandemia

Com o avanço do novo Coronavírus no mundo mais de
300 milhões de alunos tiveram suas aulas suspensas. A medida, altamente
recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ajuda na prevenção do
contágio da Covid-19, já que as escolas são locais de grande aglomeração e as
crianças podem ser facilmente infectadas.

Em Curitiba, o protocolo seguido foi o mesmo, de
acordo com a administração, as unidades escolares permanecem fechadas até o dia
2 de maio. Mas, como prova de que educação de qualidade não é uma preocupação
dos governos, Ratinho e Greca não perderam tempo na tentativa de implementar as
aulas por meio do Ensino à Distância (EAD).

Você já imaginou como as mães e pais que permanecem
trabalhando fora de casa vão fazer para acompanhar o ensino à distância dos
filhos? 
Esse é o caso de milhares de empregadas
domésticas e trabalhadores informais. Não podemos esquecer também dos mais de
500 mil desempregados no Paraná. Novamente, a população mais pobre será afetada
e ambos os governantes e seus secretários fecham os olhos para essa situação.

Em discurso, a secretária de Educação do município
parece acreditar em uma realidade paralela e inexistente. Além de desconsiderar
que mais de 30% da população brasileira ainda não tem acesso à internet ou
outros meios de comunicação digital, ela também não leva em conta a realidade
das famílias mais pobres que não têm condições de acompanhar o ensino à
distância por conta do trabalho e das condições de vida e moradia.

Com inúmeros problemas pedagógicos, a defasagem de
ensino causada pelo EAD coloca em risco a educação das filhas e filhos dos
trabalhadores. Sem o acompanhamento de um professor cotidianamente, as
dificuldades de aprendizado podem passar completamente despercebidas. Sem o
acompanhamento adequado de profissionais, sem a ajuda dos pais e sem o ambiente
de socialização da escola, muitos dos alunos da rede pública ficarão
desamparados.

É importante lembrar que com a volta às aulas, as
professoras e professores, que já enfrentam níveis distintos de aprendizagem do
conteúdo dentro de sala de aula, terão que novamente se apropriar dessas
diferenças e se desdobrar para garantir ensino com qualidade.

E, não se enganem, isso é exatamente o que o
governo quer! Greca, Ratinho, Bolsonaro e tantos outros trabalham incansavelmente
para que o ensino seja cada dia mais sucateado, retiram investimentos da
educação e tentam transformar o professor em uma figura descartável. Tudo
isso para entregar a educação nas mãos da iniciativa privada.

No estado, Ratinho utilizou cerca de R$ 22 milhões,
sem licitação, para implementar o projeto de EAD que tem sido duramente
criticado por pais, alunos e professores.

O EAD é considerado uma medida que promove a
injustiça social e que retira a oportunidade de milhares de crianças de
aprender com qualidade. Além de colocar em risco a educação pública!

A implantação às pressas do ensino à distância tem
como objetivo dar conta das 800 horas aula contidas na LDB, porém, sem diálogo
com as partes mais interessadas e sem preparação para uma medida dessa
dimensão, o EAD se torna um problema e não uma resposta. Por isso, o SISMUC
e o SISMMAC prepararam alguns dos principais motivos para não defender o EAD
durante à pandemia do Coronavírus. Compartilhe com os seus colegas e debata
sobre o ensino à distância!


EAD pode ser uma medida de controle do governo sobre os trabalhadores



Embora os governos estejam usando da pandemia para propor medidas de congelamento de salários, as professoras e professores da rede municipal de ensino, junto com tantos outros profissionais, já vivem essa realidade desde 2017.



E é por isso que, conhecendo a desvalorização profissional que os desgovernos de Greca e Ratinho proporcionam, os profissionais da educação podem esperar qualquer medida desses gestores para continuar sucateando a educação pública, rumo à privatização.



Você já parou para pensar que o EAD pode servir como uma medida para continuidade das aulas durante processos de greve, por exemplo? Ou então, para demissão de profissionais da educação, que vão além dos professores e professoras, mas contemplam também inspetores e administrativos?