Sindicatos reivindicam reunião com a SME sobre Educação à Distância

O SISMUC e o SISMMAC protocolam
um ofício junto à Secretaria Municipal de Educação nesta quinta-feira (9), solicitando
uma reunião para debater a proposta de adotar a Educação à Distância e outras
contradições divulgadas junto com o anúncio de um segundo período de suspensão
das aulas, que se inicia no dia 13 de abril e vai até 2 de maio.

Na última quarta-feira (8), a
Prefeitura informou que as aulas referentes a esse período serão substituídas por
aulas à distância que serão transmitidas pela TV aberta. Entretanto, o Decreto
nº 516, publicado na mesma data, diz que esse período será objeto de
reposição, a fim de garantir as 800 horas de aulas previstas na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A contradição entre o Decreto e as
orientações dadas pela SME aos diretores precisa ser explicada para a
categoria.

Os Sindicatos são contrários à
utilização da Educação à Distância para substituir as atividades regulares das
unidades educacionais.
Essa modalidade de ensino não é compatível com a
realidade socioeconômica de grande parte dos estudantes, que não possui condições
domésticas para acompanhar aulas e atividades pela televisão ou internet. Além
disso, defendemos que a convivência e a interação humana são essenciais para o
processo educativo. Se isso for suprimido, diminui e muito a chance de contribuirmos
no processo de desenvolvimento integral de nossos estudantes.

Na segunda-feira (06), antes que
a Prefeitura divulgasse que prorrogaria a suspensão das aulas, as direções do
SISMUC e do SISMMAC foram até a Secretaria Municipal de Educação cobrar diálogo
e informações oficiais da administração. Entretanto, a gestão Greca preferiu
tomar a decisão de forma unilateral, sem debater com os sindicatos e nem com as
direções das unidades de ensino para definir possíveis caminhos diante de uma
crise sem precedentes no país.

Ao copiar o modelo de Educação à
Distância que vem sendo imposto pelo governador Ratinho Jr na rede estadual,
Greca secundariza a qualidade da educação e não leva em consideração a
realidade de nossos estudantes. Além de ignorar a situação das famílias que não
possuem televisão em casa, as orientações da Prefeitura também são omissas em
relação às especificidades da Educação Infantil e da Educação Especial.

O SISMUC e o SISMMAC defendem
que as aulas permaneçam suspensas enquanto o isolamento social for a medida
mais efetiva no combate à Covid-19
. A discussão sobre a melhor forma de reposição
dos conteúdos deve acontecer com a participação de representantes dos
trabalhadores e das direções de unidades escolares. Além disso, é efetivo que essa
reposição seja debatida no fim da quarentena, quando saberemos por quanto tempo
as aulas permaneceram suspensas e quanto conteúdo deve ser efetivamente
reposto.