Contratação de enfermeiros e técnicos em enfermagem se dá em condições precárias

A Prefeitura publicou no diário Oficial no dia 26/03 editais
para contratação, via Processo Seletivo Simplificado (PSS), de 140 enfermeiros
e 218 técnicos de enfermagem para atuar no enfrentamento da epidemia do novo
coronavírus. A contratação é um avanço e um respiro para equipes de saúde que trabalham
sobrecarregados – uma situação que já vinha desde antes da epidemia.
No entanto, a
forma de contratação mais uma vez mostra o desejo da gestão de precarizar os
contratos de trabalho, atitude contra a qual o SISMUC e outros sindicatos vêm
lutando fortemente.

O primeiro questionamento vem do fato de abrir processo via
PSS, quando a gestão poderia fazer o chamamento de profissionais
aprovados no concurso público de 2016
, e válido até 20 de junho desde ano.

Além disso, com remuneração por hora, o edital prevê a carga
horária semanal de até 60 horas.
Ao invés de realizar o chamamento do número de
trabalhadores adequado para atender à demanda respeitando a carga horária de 30
horas da categoria, a gestão quer submeter os trabalhadores a uma carga horária
desumana,
correndo riscos e sofrendo pressão em decorrência da emergência.

Ou será que a gestão já imagina que não vai conseguir
encontrar o número necessário de trabalhadores dispostos a se submeter a um
contrato precário, sem garantias, enquanto arriscam suas vidas para salvar a
população?

É desprezível que, mesmo nesse momento, que reforça a
importância dos servidores públicos, em especial os trabalhadores da saúde, o
desgoverno Greca continue desvalorizando esses trabalhadores.

O SISMUC, juntamente com os demais sindicatos dos servidores
municipais, vai continuar pressionando a gestão para que realize o chamamento
dos aprovados no concurso. Não podemos admitir que num momento emergencial como
o que vivemos, as prioridades da gestão continuem invertidas.

#@txt1623@#Se tem uma coisa que a epidemia deixa clara é que o asfalto
novo, no qual Greca torrou quantias absurdas do dinheiro público, não vai
salvar vidas.
Tampouco as propagandas do seu desgoverno que custaram muito caro
aos cofres da Prefeitura.

O que vai salvar vidas é o investimento em saúde pública, é
a aquisição de EPIs em quantidade suficiente e de boa qualidade, é focar na
capacitação dos trabalhadores da saúde para que eles saibam como proceder. E
nesse sentido, oferecer contratos precarizados para quem vai atuar na
emergência já mostra que o desgoverno Greca ainda não aprendeu a lição. Por
isso, seguiremos pressionando a gestão coloque a saúde da população – e dos
servidores – como prioridade.

Relate as dificuldades no seu local de trabalho

Quem está na linha de frente de combate à epidemia tem o
direito de ter o treinamento e as instruções adequadas e seguimos cobrando
fortemente que a gestão ofereça isso a todos os trabalhadores.

Se no seu local de trabalho faltam EPIs e materiais ou ainda
não houve treinamento, deixe seu relato no formulário. A denúncia pode ser feita de forma anônima e vai ajudar a cobrar da gestão as medidas adequadas. 

Momento requer união e reconhecimento de todas as categorias

Nesse momento de incertezas, a classe trabalhadora precisa estar mais unida do que nunca. Os avanços conquistados até o momento foram fruto de negociações e de pressão exercida contra a gestão municipal de forma conjunta entre os sindicatos de diversas categorias.



Seria injusto nesse momento que qualquer um dos sindicatos quisesse reivindicar os avanços somente para si.



Como defendemos na nossa campanha de lutas em 2019: unidos venceremos, divididos cairemos. E mais do que nunca, é preciso demonstrar nossa união. Por isso, repudiamos qualquer atitude tomada nesse momento que vá contra a unidade dos trabalhadores.



O SISMUC também repudia discursos realizados por algumas organizações. É o caso do Tribunal de Justiça do Paraná que, ao fazer o reconhecimento – merecido – aos médicos que enfrentam a luta contra a pandemia, colocou os demais trabalhadores da saúde em segundo plano.



“São os médicos – coadjuvados pelos enfermeiros e demais profissionais da área de saúde – que estão atendendo os pacientes infectados com o coronavírus”, cita o documento assinado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Adalberto Jorge Xisto Pereira, no dia 29 de março.



Todos nós sabemos que não há coadjuvantes na hora de salvar a vida de um paciente. Médicos, profissionais de enfermagem, equipe de limpeza e todos os demais trabalhadores envolvidos em uma emergência de saúde têm sua importância e merecem o mesmo reconhecimento.



Também preocupa nesse momento a postura da presidente do Conselho Regional de Enfermagem (COREN-PR), que tenta culpabilizar os trabalhadores no momento de enfrentamento à epidemia ao afirmar que em visita às UPAs detectaram: “a presença de EPIs em quantidade e qualidade adequadas, mas imposto foi o desafio que toda a equipe entenda de que forma utilizá-la racionalmente, uma vez que o uso irracional vai certamente fazer falta no auge da epidemia”.



Com essa postura, o conselho em vez de defender os direitos dos profissionais que representa, ignora a obrigação da gestão de garantir o suprimento adequado de equipamentos de proteção e materiais de higiene em todas as fases da epidemia e não cobra que a gestão ofereça capacitação para utilização dos EPIs. O treinamento para uso dos EPIs não é para poupar os equipamentos, mas é essencial para salvar a vida dos trabalhadores.