Desde a manhã de segunda-feira
(16), o SISMUC e o SISMMAC estão cobrando da gestão municipal um posicionamento
sobre o coronavírus. Embora a administração tenha sinalizado o fechamento das
escolas e CMEIs, ainda faltam diretrizes para outras áreas essenciais ao
combate e controle da doença. É o caso dos profissionais da saúde.
No Brasil e no mundo, governos têm se mostrado negligentes
com a doença. Bolsonaro, Trump e outros chegaram a dizer que o coronavírus não
passava de uma gripe, usando da mídia para promover um discurso irresponsável. Para
reverter o avanço da pandemia no país, é necessário que esse tipo de discurso
não avance e que estados e municípios se responsabilizem pelo controle e
combate à doença.
Por isso, é dever da Prefeitura garantir a saúde dos
profissionais que estão na linha de frente do combate ao coronavírus seguindo
as recomendações necessárias e disponibilizando estrutura e materiais. O
SISMUC e o SISMMAC estiveram na terça-feira (17) na Secretaria do Governo
Municipal para pressionar a gestão e cobrar uma reunião entre os sindicatos para
debater essas medidas.
O que queremos da Prefeitura são respostas! Os trabalhadores
estão e devem entrar em contato com os sindicatos para denunciar a falta de
materiais necessários para o cuidado dos pacientes e de si mesmos, por meio do canal disponibilizado pelos
sindicatos.
Os trabalhadores pedem por respaldo da administração e treinamentos
específicos, além de denunciarem a falta de equipamentos e materiais.
Para além de proteger os servidores e aqueles que estão
sendo atendidos nas unidades de saúde, cabe à Prefeitura organizar centros de
distribuição gratuita de álcool em gel para a população trabalhadora da nossa
cidade. Muitos trabalhadores não conseguiram comprar o material, há falta de
água nos bairros devido a estiagem, e as empresas estão aproveitando a demanda
para aumentar o valor do produto, o que, na prática, impede que trabalhadores
precarizados ou desempregados possam ter acesso ao álcool em gel.
Por isso, mais do que nunca, o desgoverno Greca precisa
deixar de lado sua postura autoritária e se abrir para o diálogo com os
sindicados e com os trabalhadores, ouvindo as necessidades daqueles que estão
na linha de frente do combate à pandemia.
Quais são os equipamentos de
proteção necessários para prevenção do coronavírus?
O Serviço
de Controle e Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital de Clínicas da UFPR lançou
uma cartilha que mostra os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que os
trabalhadores devem usar durante este período, são eles: avental
descartável, luvas, máscaras do tipo N95 (de acordo com padrão americano, no Brasil comparável com PFF2) e óculos de proteção individual.
Além disso, materiais de higiene como desinfetantes,
sabonete e álcool em gel devem ser disponibilizados em abundância. A cartilha
também mostra a importância de profissionais imunossuprimidos ou gestantes
serem afastados de qualquer contato com a doença.
Mesmo com os inúmeros cortes de verba, o SUS ainda é
reconhecido como um dos melhores sistemas de saúde do mundo. Isso só se dá pela
qualidade dos profissionais que atendem a população todos os dias. Em tempo de pandemia, mais do
que nunca, a Prefeitura de Curitiba deve a estes servidores e servidoras
condições adequadas de trabalho.
Continuaremos fazendo pressão para que a administração
municipal promova medidas efetivas que fortaleçam o combate à doença e que respeite
a vida e a saúde dos servidores e servidoras do município.
Orientações para segurança
dos servidores da saúde
De acordo com documento disponibilizado pela Administração
de Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos (OSHA), os profissionais de
saúde são enquadrados nas categorias de risco alto ou muito alto de contágio
com a doença, uma vez que têm potencial de exposição a casos suspeitos ou
confirmados do coronavírus.
Daí a importância de garantir os procedimentos adequados
para preservar a saúde desses profissionais que estão na linha de frente de
combate à pandemia.
Conheça as orientações para preservar a saúde dos profissionais
– Aumentar ventilação no ambiente de trabalho (com uso de ventiladores);
– Manter os pacientes suspeitos em salas de isolamento;
– Usar salas isoladas para procedimentos de ventilação mecânica em pacientes com o vírus;
– Precauções especiais de segurança ao manusear amostras de pacientes suspeitos ou de casos confirmados;
– Adotar políticas para reduzir a exposição, agrupando pacientes com COVID-19, quando quartos individuais não estiverem disponíveis;
-Monitoramento médico aprimorado dos trabalhadores durante surtos de COVID-19;
-Oferecer a todos os trabalhadores capacitação e treinamento específicos para o trabalho na prevenção da transmissão do COVID-19;
– Garantir o apoio psicológico e comportamental para lidar com o estresse dos funcionários;
– Dispor às equipes, inclusive as que trabalham fora das instalações fixas, álcool para desinfecção das mãos;
– Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): o conjunto de EPIs pode variar de acordo com a atividade desenvolvida pelo trabalhador, mas deve incluir luvas, avental protetor, protetor facial ou óculos de proteção e uma máscara facial.
O SISMUC está na luta para que essas orientações sejam colocadas em prática e possam garantir as condições adequadas para o trabalho dos servidores da saúde.