Agentes em greve levam suas reivindicações ao Conselho Municipal de Saúde

Em mais um dia de greve e sem negociações com a gestão, os
agentes de combates às endemias fizeram um ato na reunião do Conselho Municipal
de Saúde na tarde desta quarta-feira (09). Infelizmente, boa parte dos
agentes foi impedido de entrar na reunião.

Representantes dos agentes que conseguiram ingressar no
conselho reforçaram o apelo por dignidade na realização do trabalho.
Também foi
momento de destacar que as reivindicações da categoria são justas e viáveis –
rebatendo inclusive argumentos falsos que a gestão tem usado contra os
trabalhadores.

Um exemplo do argumento inválido apresentado pela gestão no
conselho de Saúde é a alegação de que existe uma lei federal que determina o
salário da categoria e por isso a gestão não pode conceder o aumento. Na realidade,
o que existe é a determinação do piso da categoria, que é o mínimo que a
prefeitura deve pagar e não impede que o valor seja maior de acordo com a
realidade de cada município.
Tanto é que em Araucária, por exemplo, o salário
pago aos agentes está acima do valor de Curitiba.

Outro argumento raso da Prefeitura é a indisponibilidade
orçamentária para o aumento, uma vez que a arrecadação do município vem
crescendo nos últimos anos e o impacto financeiro do aumento para os agentes é
pequeno.

Os agentes também solicitam adicional por risco de vida, já
que diariamente têm contato com agentes químicos, com materiais cortantes e
precisam adentrar em comunidades com presença do tráfico.

Greve é direito!

Em vez de negociar e garantir a valorização que a categoria
merece, o desgoverno de Greca busca criminalizar a greve. Mas, vale lembrar que
o direito à greve é garantido aos trabalhadores pela constituição federal. Os
agentes querem voltar ao trabalho, mas com salário justo e condições mais
dignas!

A Prefeitura afirma que conseguiu uma liminar que determina
a suspensão imediata da greve, no entanto, até o momento o SISMUC não foi
intimado de nenhuma decisão. O argumento da Prefeitura é de que é essencial a
continuidade das ações de combate ao Aedes Aegypti (“mosquito da dengue”).

Mas a própria gestão não dá meios para garantir que o
combate ao mosquito transmissor de várias doenças seja realizado de forma
efetiva. Isso fica claro ao ver o número de agentes em Curitiba, que está muito
abaixo do que é recomendado pelo Ministério da Saúde, e o baixo salário (sem
plano de carreira).

Se são essenciais, que sejam valorizados! A verdade é que a gestão ainda insiste em fechar os olhos
para as necessidades dos servidores. O que falta é priorizar o serviço público
acima de maçanetas e asfalto.