O plenário da Câmara dos Deputados iniciou
nesta quarta-feira (10) a votação da Reforma da Previdência. A versão que será
votada é o substitutivo apresentado pelo relator, o deputado Samuel Moreira
(PSDB-SP), que passou pela comissão especial no dia 4 de julho.
O texto original sofreu
alterações em resposta à pressão dos trabalhadores e à greve geral do dia 14 de
junho. Mesmo com a retirada de alguns ataques, como o regime de capitalização e
a redução do Benefício de Prestação Continuada, a proposta continua
dificultando o acesso à aposentadoria para milhões de trabalhadoras e
trabalhadores. Além de acabar com a possibilidade da aposentadoria por tempo de
contribuição, o projeto do governo diminui o valor do benefício e continua
exigindo 40 anos de trabalho para ter direito à 100% do valor da aposentadoria.
Para conseguir os 308 votos
necessário para aprovar a Reforma, o governo Bolsonaro vem usando e abusando da
velha política do toma lá da cá. Na véspera da votação, o governo ofereceu um
lote extra de R$ 20 milhões de emendas para cada deputado que votar a favor da
proposta. Ou seja, usa o dinheiro que
vem dos nossos impostos para fazer barganha e impor a retirada de direitos do
conjunto da classe trabalhadora.
Não caia no discurso furado de
que o pior já saiu da Reforma da Previdência. As mudanças anunciadas até agora
podem ser apenas uma estratégia para enfraquecer a resistência e facilitar a
aprovação do projeto. A tramitação ainda será longa, com ao menos duas
votações na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, e o governo pode tentar
retomar ataques que foram excluídos dessa versão.
É preciso manter os atos e
mobilizações até que o governo, o congresso e os empresários desistam de empurrar
a crise econômica para as costas das trabalhadoras e trabalhadores.