O reordenamento dos serviços da FAS, promovido pela
Prefeitura de Curitiba, foi um dos temas debatidos no encontro SUAS de ponta a ponta
– Reflexões sobre o trabalho do/a assistente social, promovido pelo Conselho
Federal de Serviço Social (CFESS) em parceria com o Conselho Regional (CRESS),
com apoio do CEPAT-PR e do SISMUC. O
encontro aconteceu na quarta-feira, 8 de maio, na sede do sindicato e reuniu profissionais
técnicos de assistência social de nove cidades paranaenses e de diferentes áreas
de atuação, do serviço público e da iniciativa privada. Estiveram presentes
profissionais de Fazenda Rio Grande, Adrianópolis, Curitiba, São José dos
Pinhais, Paranaguá, Colombo, Quatro Barras, Piraquara, do Governo do Estado, do
Tribunal de Justiça, além de estudantes e profissionais de outras regiões.
O desmonte das políticas públicas de assistência social, que
vem ocorrendo desde aprovação da Emenda Constitucional (EC) 95, que congelou os
gastos públicos por 20 anos, tem impactado fortemente a atuação dos profissionais.
O receio é que se desmonte toda estrutura do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) que vem sendo atacado com corte de recursos, reduzindo o atendimento
para os mais vulneráveis da sociedade, em um momento de aumento na procura por
serviços de proteção social.
Em Curitiba no final do ano passado, alegando pouca demanda,
a gestão Greca fechou sete CRAS, três unidades
de atendimento e um Liceu de Ofícios, deixando desassistidas mais de 25 mil
famílias além de uma demanda reprimida. O SISMUC está acompanhando a situação e
a ação civil pública aberta pelo Ministério Público do Paraná.
A falta de compromisso dos gestores com as demandas apresentadas
pelos trabalhadores, no momento do planejamento das políticas públicas da área foi uma das
reclamações das profissionais durante o encontro, entre outras questões
discutidas que tratou também do importante espaço de lutas que são os sindicatos.
“Estamos impactados com o desmonte das políticas de proteção
social, temos uma preocupação com a degradação dos serviços que causa um
prejuízo para toda sociedade. Contenção de
recursos deveria passar por um filtro, mas os trabalhadores não estão sendo
ouvidos, o que vem contribuindo para o adoecimento dos profissionais, e um desânimo
generalizado”, disse a presidente do CFESS, Josiane Soares Santos, que participou do encontro.
“É necessário enfrentar os ataques, a redução de investimentos
na área social. A realização do nosso encontro em um espaço de luta, que tem a
representatividade sindical é muito importante. Temos recomendado a
sindicalização das assistentes sociais, para fortalecer o enfrentamento das
questões”, salientou a presidente do CFESS.
O encontro em Curitiba foi a terceira edição do encontro que
está acontecendo de forma regionalizada, com edições já realizadas no Rio de
Janeiro e em Santa Catarina.