Greca e secretária mais uma vez atacam servidores da saúde

É nas costas dos servidores que a administração municipal joga
a dificuldade para agendar consultas pelo aplicativo Saúde Já e o problema de
filas nas unidades de saúde
. Desde o lançamento do aplicativo, os servidores das
unidades de saúde sabem que o funcionamento do Saúde Já, que está na quarta
versão, não acontece como é mostrado na propaganda da Prefeitura de Curitiba, o
que leva a população a enfrentar filas durante a madrugada, situação que a administração
Greca diz não ser admissível e está culpando os servidores da saúde por isso.

O cúmulo da situação aconteceu na quarta-feira, 7 de maio,
quando a secretária municipal de saúde, Márcia Huçulak, em nota oficial, compartilhada
em rede social pelo prefeito Rafael Greca, diz que pediu para “Procuradoria-Geral
do Município que apure a ação da supervisora e da chefe do distrito da Unidade
de Saúde do Bairro Novo no processo de marcação de consultas do aplicativo
Saúde Já”, como se fosse responsabilidade das servidoras disponibilizar as
vagas, e sugerindo que são elas que estão orientando as pessoas a estarem nas
filas durante a madrugada, antes do expediente da US que tem início às 7 horas.

No mesmo dia, em entrevista para a RPC TV, a secretária
falou para população denunciar na ouvidoria municipal, ou para as chefias das
unidades, os servidores que falarem a verdade para o usuário que fica na fila e
não consegue atendimento
, ou que tenha tentado agendar pelo aplicativo sem
sucesso. Quando não conseguem agendamento prévio, a solução é chegar cedo na
US, pois se chegar às 8h não conseguem atendimento no dia. Esta é a realidade
dos fatos.

Não são os servidores que impõem maus tratos aos cidadãos,
como disse o prefeito em sua rede social, e sim a falta de visão da realidade,
e de investimentos na ampliação da rede de atendimento. É isso que está penalizando
a população. Curitiba cresceu em tamanho e em arrecadação de recursos, mas os
investimentos não estão atendendo as necessidades da cidade.

Aplicativo não
resolve a falta de servidores

O problema que a gestão não quer ver é que as pessoas procuram
atendimento cedo porque têm horário para trabalhar, sabem que há um número limitado
para consulta médica que é fornecido diariamente e o aplicativo não consegue
atender as necessidades da população. Se soma ainda a falta de servidores nas
unidades, a sobrecarga de trabalho, e a falta de planejamento para atender a
crescente demanda.

O número previsto no quadro de servidores não é suficiente
para atender a população, faltam médicos, dentistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem
e agentes administrativos, entre outros, situação que o aplicativo Saúde Já não
resolve.

Há necessidade de repor os servidores que se aposentam ou saem
de licença. A Prefeitura precisa ampliar a rede de atendimento, que já está defasada.
Conforme a própria secretária disse na entrevista, neste ano saíram 150 médicos
da rede municipal e só entraram 55, além de que há previsão de umas 800 aposentadorias
na saúde,
em função do direito adquirido e da ameaça da proposta de Reforma da
Previdência que corta direitos. Como terão vagas para atendimento se o número
de servidores tem sido reduzido? Porque o Saúde Já não disponibiliza datas e
horários para agendamento?

É este o ambiente de trabalho dos servidores públicos municipais
de Curitiba, sofrendo pressão de responder processo na PGM por estarem fazendo
a coisa certa, com tratamento da gestão bem diferente do que é vendido na
propaganda do prefeito Greca.

Servidores da Saúde merecem respeito e valorização! Chega de
assédio moral e inverdades no discurso.

Veja a reportagem do Bom Dia Paraná na RPC TV

Veja a entrevista da secretária Márcia Huçulak para o PRTV 1° edição