SISMUC repudia ataques do prefeito às equipes de enfermagem

O SISMUC repudia e exige retratação do prefeito Rafael Greca
que criticou a jornada de 30 horas para os profissionais de enfermagem e a escala
de 12/60 nas UPAs. Foi mais uma ocasião em que o prefeito mostrou seu
desconhecimento com as carreiras da saúde e as funções de cada uma delas nas
unidades de atendimento.
Em Curitiba tem unidade que abre com 130 pessoas na
fila e três funcionários para fazer recepção,
coleta, atendimento de urgência e emergência e avaliação. Por uma hora,
os funcionários se desdobram para atender a população até a chegada dos demais
funcionários. As equipes de enfermagem realizam em média mais de 33 mil
procedimentos/mês.

O sindicato lembra que a carga horária de 30 horas é uma
conquista das lutas dos servidores porque realizam tarefa árdua, mantêm contato
com vários agentes nocivos à saúde e cuidam de vidas, o que exige atenção física
e mental. A regulamentação das 30h é uma garantia de sobrevivência para os
trabalhadores. A falta de equipamentos e medicamentos também afeta a categoria
que convive com longas filas de espera, salas de atendimento lotadas e ainda
têm que exercer funções que não são suas para atender a população nas unidades.
Um “chefe” que não reconhece o valor de sua equipe também contribui para o
adoecimento e desvalorização dos profissionais.

O ataque do prefeito em rede social respondeu mensagem
que pedia atenção para as equipes de enfermagem das unidades de saúde. Em resposta Greca disse: “não há registro de maus tratos. Mesmo porque uma
enfermeira de unidade básica trabalha apenas 30 horas semanais. Uma enfermeira
de UPA trabalha 12 horas e descansa 60 horas! Não há como ficar doente, a não
ser de tédio de tanto descansar. A não ser que cometa excessos durante seu
descanso”. Ao ser confrontado o prefeito convocou a “enfermeira mór” , a secretaria municipal de saúde, Márcia Huçulak, para conversar com a internauta pelas redes sociais.

A resposta do prefeito deixou os servidores perplexos com a
falta de respeito e consideração com o trabalho desenvolvido pelas equipes de
enfermagem. Como figura pública que é, o mínimo que se espera da autoridade
municipal é respeito aos servidores que fazem o atendimento da população. O SISMUC enviou ofício ao gabinete do
prefeito requisitando retratação.

Esta não foi a primeira vez que Greca ofendeu servidoras da
saúde, em maio de 2017 após uma servidora ter sido agredida em unidade no Boa
Vista, o prefeito disse que iria colocar servidoras mais jovens, bonitas e
pacientes para atender a população.

Enfermagem pede
socorro

No último mês de fevereiro o sindicato foi uma das instituições
que apoiou a realização do ato “A enfermagem pede socorro”, que uniu profissionais
do setor público e privado, devido a falta de respeito com a regulamentação da
carreira, onde muitos locais não respeitam a carga horária e o piso salarial. A
realidade tem sido de carga exaustiva em conjunto com as péssimas condições de trabalho,
o que tem contribuído para o alto índice de afastamento do trabalho e até mesmo
suicídio.