Prefeitura enrola e não apresenta índice de reajuste

A
Prefeitura iniciou as negociações da data-base sem ter sequer um estudo prévio
sobre a situação financeira do município. Ao menos foi isso que os
representantes da administração afirmaram nesta quinta-feira (4), na primeira
reunião sobre a data-base com os quatro sindicatos que representam os
servidores municipais.

O
secretário de recursos humanos, Heraldo Alves das Neves, reconheceu durante a
reunião que último reajuste foi pago em abril de 2016, o que significa um
congelamento salarial de 30 meses.

Apesar
desse reconhecimento, a Prefeitura ainda não sabe qual será o índice. Segundo
os representantes da administração, a proposta de reajuste dependerá de um
estudo ainda em andamento sobre crescimento da receita do município. Essa
ausência de dados causou estranheza, já que o secretário de Finanças, Vitor
Puppi, prestou contas do orçamento parcial de 2018, na Câmara Municipal, no dia
25 de setembro.

Sindicatos cobraram que proposta de reajuste seja apresentada até o dia
11

Os
sindicatos cobraram a apresentação de dados sobre a situação financeira do
município, já que a lei de responsabilidade fiscal municipal, aprovada em meio
ao pacotaço, limita o crescimento da folha. Mesmo com essa restrição, os dados
apresentados pelo secretário de Finanças comprovam crescimento da receita e
margem para pagar a data-base.

Diante da
completa ausência de informações por parte da Prefeitura, os sindicatos
solicitaram a apresentação de uma proposta de reajuste e dos estudos sobre o
crescimento da arrecadação até o dia 11 de outubro. Além disso, cobraram que a
negociação da data-base não fique refém do jogo eleitoral.

Auxílio-transporte

Os sindicatos também reafirmaram a rejeição à mudança na forma de
pagamento do auxílio-transporte que representa uma redução média de R$ 250 no
salário de quem não utiliza transporte público diariamente. A rejeição ao
cartão transporte ficou evidente até mesmo nos dados da Prefeitura: dos cerca
de 16 mil servidores que responderam à questão sobre o assunto no formulário do
e-social, apenas 5 mil optaram por receber o auxílio no cartão transporte.

Além de reforçar a posição e cobrar resposta sobre o custo do
auxílio-transporte na folha de pagamento, as entidades sindicais também
deixaram claro que não permitirão que a Prefeitura utilize a data-base como
instrumento de chantagem para cortar o pagamento em dinheiro do
auxílio-transporte. Não aceitaremos que deem com uma mão, para tirar com outra!

Orçamento só vai mal quando o assunto é direito dos servidores

A
Prefeitura não quis falar sobre a situação financeira do município durante a
reunião. Para os grupos que detêm contratos milionários com a administração
municipal, a conversa é diferente: Curitiba não para de crescer. Os números dos
últimos três anos revelam aumento das receitas do município. E, para 2018, o
resultado parcial mostra um crescimento três vezes superior ao do ano passado.

O gesto
dos representantes da Prefeitura na mesa de negociação contrasta até mesmo com
a postura de Rafael Greca nas redes sociais, já que o prefeito vem respondendo
aos comentários de servidores com a promessa de que pagará a data-base devida
aos servidores.

Tudo isso
deixa claro que não falta dinheiro para pagar o reajuste dos servidores, o que
falta é vontade política de valorizar quem constrói, com o seu trabalho, todos
os serviços públicos de nossa cidade.

Os
servidores já têm assembleia unificada marcada para o dia 17 de outubro, às
18h30 em primeira convocação, no Hotel Hara (Av Iguaçu, 931). Até lá, é preciso
aumentar a pressão nos locais de trabalho para cobrar que a Prefeitura pague a
data-base e corrija as perdas pelos 30 meses de congelamento salarial!