Vestindo a azulzinha

Da direita à esquerda, a divisão do Brasil também foi
transmitida à seleção brasileira de futebol. Com uma pequena diferença. Se na
política os brasileiros não se entendem se foi golpe ou não, com a bola rolando,
se observou muitos “coxinhas e mortadelas” torcendo, cada qual com seu motivo,
contra a equipe de Neymar. Da mesma forma que muitos torcem para a
“amarelinha”, embora tenham adotado o azul como cor ao buscar o fracassado
hexa.

Essa divisão, no entanto, não é exclusividade dos
brasileiros. Na França, a relação de seu povo com os “Le Bleus” tem contorno
muito semelhantes aos nossos: uma rica história que coloca em campo política, mitos,
racismo, atentados terroristas, xenofobia e, é claro, o grito de gol na
garganta.

Esses fantasmas e mitos voltam com força agora, após a classificação
da seleção francesa para a final da Copa do Mundo da Rússia, após vencer a
Bélgica. Com um geração jovem e formata por atletas franceses, mas com pais
imigrantes, se retoma o debate sobre as raiz do futebol francês, do
nacionalismo e da xenofobia.

Muito antes da final, ainda em 2016, o documentário “Les
Bleus – Une autre histoire de France, 1996-2016” atravessa 20 anos de país e
seleção francesa, mostra como os fracassos e êxitos no futebol e na vida estão
intimamente ligados. Em cartaz no Netflix, é um ótimo exemplo para avaliar as
semelhanças no amor e o ódio pelos onze jogadores que vestem a camisa da
seleção numa Copa do Mundo antes da grande final.

Ficha técnica

Gêneros: Documentário

Direção: Pascal Blanchard, Sonia Dauger, David Dietz

Lançamento: 2016

Tempo: 1h43min