IPMC tem perdas em fundos de investimentos

A redução dos investimentos e as despesas do Instituto de Previdência dos
Servidores do Município de Curitiba (IPMC), sobretudo em relação ao pagamento
de aposentadorias e pensões, foram os principais pontos debatidos na reunião
mensal do Conselho de Administração do IPMC, que aconteceu nesta quinta-feira
(28). Os conselheiros apresentaram o 
Cálculo Atuarial e planilhas com dados sobre as receitas/despesas;
investimentos/desinvestimentos – de janeiro a maio – e  de resgates efetuados no Fundo de
investimento do IPMC para o pagamento da folha de pagamento referente ao mês de
maio.

Segundo
o conselheiro Giuliano Gomes as planilhas mostraram redução do patrimônio do
IPMC. Observa-se que – a partir do mês de maio – mais de 90 % dos investimentos
estão em vermelho. O conselheiro, que representa a classe dos trabalhadores está
bastante preocupado com essa situação. “A
redução dos investimentos, além do pagamento de despesas – aposentadorias e
pensões – ser mensalmente maior que as receitas, nos coloca em situação de
alerta e em defesa dos recursos do IPMC”, declara Giuliano, que também é
coordenador de Aposentados do Sismuc.

Ineficiência na gestão financeira
do IPMC

De
acordo com Giuliano, as aplicações do IPMC vêm sendo reduzidas e retiradas
desde fevereiro deste ano. “O Decreto 1.269/2017 vem comprometendo o fluxo de
caixa do IPMC. A consequência disso é a queda de patrimônio. Tínhamos mais de R$
2 bilhões no fundo e atualmente já perdemos mais de 100 milhões. Os R$ 700
milhões tomados do IPMC – parceladamente por meio de falta de repasses e
aportes – estão fazendo muita falta hoje, pois agora o
Instituto não consegue fazer o pagamento das aposentadorias e pensões sem mexer
nos investimentos”, enfatiza.

Decréscimo dos investimentos
em maio e junho

A
greve dos caminhoneiros foi um dos argumentos apresentados pelos conselheiros
do IPMC para justificar a queda dos investimentos no mês de maio, pois afetou o
mercado financeiro. De acordo com Giuliano, os próprios conselheiros reconheceram
a falha do governo Michel Temer na articulação com os donos de transportadoras e
caminhoneiros autônomos.

“Eles
(os conselheiros) admitiram que o Michel Temer causou um “estrago na economia e
no mercado financeiro”. No caso do IPMC, os fundos de renda fixa, que têm mais
de R$ 450 milhões investidos, apresentaram queda de até -3,2%. Nos fundos de
renda variável, com R$ 25 milhões em investimentos, a queda chegou até a – 10,9%, além de outros investimentos apresentados. Questionei
quais os critérios que os investidores do IPMC utilizam e quais as decisões
tomadas sobre onde investir, pois é preciso reduzir ao máximo essa perda de
recursos, principalmente porque estamos numa conjuntura de crise política e financeira”,
critica Giuliano, que ficou sem resposta porque o presidente do Conselho impediu
o diretor financeiro de falar sobre o assunto.

Para
o mês de junho, o diagnóstico apresentado é de que haverá impacto na redução dos investimentos devido a política protecionista
de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
“Trump elevou impostos sobre produtos importados para fazer o enfrentamento
com a China. Ou seja, com a essa intervenção, além de fechar o mercado, e ele
fez valorizar o dólar frente a outras moedas. Essa política afeta nossa
economia, pois os dólares dos investimentos estão saindo do Brasil e migrando
para outros países”, ressalta.