Os servidores protestam em três pontos da cidade no
aniversário do Pacote de Maldades. O projeto foi aprovado em 26 de junho de
2017, congelando salários, carreiras e alterando alíquotas do IPMC e ICS. O
pacotaço ainda transferiu a data-base dos servidores para outubro e aumentou
impostos para a população.
A manifestação foi marcada para três pontos da cidade. Ópera
de Arame, onde ocorreu a votação. Na Câmara de Vereadores, onde os aliados do
prefeito Rafael Greca (PMN) aprovam as mudanças em regime de urgência. E a Boca
Maldita, quando os servidores exibem o vídeo de um ano do pacotaço e exposição
de fotos mostrando também quais são as perdas da população.
O protesto na CMC lembrou das votações e denunciou a
intransigência dos vereadores que aprovaram o pacotaço. “A Prefeitura de
Curitiba dizia que o pacote fiscal era uma solução para Curitiba. Passado um
ano, todos percebemos que o Pacote não melhorou nada. O que vimos que a Câmara
teve que votar novamente coisas aprovadas no atropelo como a taxa de isenção.
Sem contar a política higienista que retira direitos da população mais pobre”,
alerta Irene Rodrigues.
De acordo com o DIEESE, o prefeito Rafael Greca escolheu
fazer caixa com recursos voltados aos servidores municipais. Isso se deu pelo
congelamento de salários, pelo aumento de alíquotas no ICS e IPMC e pelo saque
do fundo previdenciário de quase R$ 700 milhões (A prefeitura parou de fazer
aportes). O acréscimo de receita positiva no último ano é resultante da
elevação de 3,66% na Receita Corrente Líquida contra redução de 6,79 % da
Despesa com pessoal. As perdas com o pacotaço representaram entre 29% e 36% dos
vencimentos dos servidores.
Se considerarmos um servidor com vencimento de R$ 4,5 mil e
10 anos de serviço público, este já deixou 13,16% desde o começo de 2017, ou
equivalente a R$ 581. Quanto as perdas de modo geral, a perda foi de R$ 29,36%,
o que equivale a R$ 1.594,58.
Perdas prosseguem
Presente na votação, a vereadora de oposição professora
Josete (PT) lamenta a desvalorização dos trabalhadores e o desmonte do serviço
público com equipamentos fechados ou funcionando na precariedade. Ela
questionou a votação da LDO, que segue desvalorizando os municipais. “A Lei de
Diretrizes Orçamentárias não aponta para nenhuma recuperação. O que nós vemos
asfalto pela cidade toda. Nada contra. Mas o que a população quer é ser
atendida na ponta”, destaca.