“Aumento da conta de luz é injusto”, avalia DIEESE-PR

Por DIEESE/PR

Na última segunda-feira (19/06), a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) autorizou o aumento médio de 15,99% nas tarifas de
energia elétrica da Copel a partir do dia 24/06, para os consumidores de baixa
tensão o aumento médio será de 15,13%, já para os consumidores da alta tensão a
elevação será de 17,55%. Para os consumidores residenciais – B1, o aumento será
de 15,06%. Este reajuste significativo foi influenciado principalmente pelo
aumento expressivo dos custos não gerenciáveis, entre eles o custo da aquisição
de energia, que foi influenciado pelos baixos níveis dos reservatórios e também
pelo acionamento das usinas termoelétricas.

Importante destacar que no período de junho de 2017 a maio
de 2018 o IPCA está acumulado em 2,86%, ou seja, considerando o reajuste de
15,06% a ser aplicado nas tarifas residenciais, o aumento real para os
consumidores será de 11,86%.


Paranaenses pagam
mais

No período recente os índices de inflação na região de Curitiba
têm apresentado variações acima da média nacional, nos últimos doze meses
terminados em maio de 2018, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
nacional está acumulado 2,86%, enquanto que o índice em Curitiba foi de 2,99%,
a terceira maior elevação, atrás apenas de São Paulo (3,31%) e de Porto Alegre (3,20%).
Portanto, o aumento do custo de vida na capital paranaense está acima do
verificado em outras localidades, impactando diretamente para a redução
significativa do poder aquisitivo dos trabalhadores paranaenses.

O aumento das tarifas de energia elétrica de 15,06% para os
consumidores residenciais, terá impacto expressivo sobre a inflação na capital
paranaense, contribuindo desta forma, para a manutenção da inflação em Curitiba
ser maior do que a média nacional. Além disso, nota-se que os aumentos tanto
das tarifas de água e esgoto quanto da energia elétrica, estão muito acima de qualquer
índice inflacionário, e também não são condizentes com os aumentos conquistados
pelos trabalhadores nas negociações salariais.


Política para
acionistas

A população paranaense observa na Copel somente uma empresa
que tem obtido resultados econômicos financeiros expressivos nos últimos anos,
com crescimento expressivo da receita e a manutenção de lucros bilionários.
Porém, os números extremamente positivos não se refletem em uma tarifa mais
justa para os usuários, muito pelo contrário, a cada ano os aumentos verificados
oneram ainda mais o bolso dos trabalhadores, principalmente aqueles mais
pobres, contribuindo para a queda do seu poder aquisitivo, ainda mais em um
cenário econômico caracterizado por uma recessão, aumento do desemprego e queda
da renda dos trabalhadores.

A manutenção do lucro bilionários da empresa, favorecido
pelos expressivos aumentos tarifários dos últimos anos, tem beneficiado
principalmente os seus acionistas, em detrimento dos consumidores e dos
trabalhadores. Situação que foi potencializada pela alteração na regra de distribuição
de dividendos do lucro líquido, que até o ano de 2010 o percentual era de 25%
(mínimo legal), já passando para 35% em 2011 e 50% em 2013. Entre 2011 e 2017
foram distribuídos em dividendos para os acionistas da Copel a cifra de R$ 3
bilhões.