Congresso do Povo: um espaço para debater os problemas reais da população

A 17ª Jornada de Agroecologia,
realizada em Curitiba entre 6 e 9 de junho, discutiu na parte da manhã do dia 8 a
urgência de um Projeto Popular para o país.

Para isso, estão sendo criados,
no Brasil e no Paraná, os chamados Congressos do Povo, um espaço para debater
com a população qual é a saída coletiva para os seus problemas.

Basta pensar no caso do servidor
municipal e em quantas questões hoje exigem debate e ação: contra o desmonte do
SUS, do SUAS, por uma educação infantil realmente pública, contra as
terceirizações, por maiores investimentos em saúde. 

Para Neuri Rossetto, militante da
Frente Brasil Popular, uma das propositoras da iniciativa do Congresso do Povo, a
diferença dessa ação de movimentos populares e campanha O Brasil Que Eu
Quero”, por exemplo, da Rede Globo, está na proposta que não é para cada pessoa
individualmente, mas para beneficiar a todas as pessoas.

“Qual a diferença entre o que
está na TV e o que nós colocamos? O nosso é vindo de uma força política
organizada, afinal os problemas não se combatem de forma isolada. (A mídia) não aponta qual é a causa por que não está funcionando a saúde em nosso país. O problema é
sempre mostrado de uma forma isolada”, critica Rossetto.

E complementa: ‘É fácil dizer ‘eu
quero acabar com a pobreza’, mas mexer na questão estrutural do país é fazer a
reforma agrária, por exemplo, exemplifica o dirigente. “Queremos um mundo e uma
sociedade melhor para todos e não apenas para um. Precisamos mexer na estrutura
que concentra o poder político e os privilégios. Precisamos decidir quais rumos
que o país deve tomar, ter o desenvolvimento mas com dignidade humana”,
finaliza.

Comitês pela Democracia e Congressos
do Povo

Somente no estado de Minas Gerais
há foram criados 210 comitês. No Paraná, a região norte tem feito atividades
nos municípios de Arapongas, Maringá e Londrina.

“É preciso conhecer os
territórios, cultural, política e econômica – cada vez mais sementes de
militância. Nós mesmos estamos fazendo mutirões de atendimento devido à atual
crise da saúde”, informa Hugo Leme, da Rede de Médicos Populares de Londrina.