+ ambulantes – fiscais = sobrecarga

O governo Greca parece não compreender a realidade dos
curitibanos. Na semana passada, notícia no site da prefeitura comemorou o
aumento de apreensões com ambulantes irregulares. A conta dos primeiros quatro
meses de 2018, segundo a administração, registrou um aumento de 53,71% em
relação a todo o ano de 2017.

Durante o primeiro quadrimestre foram aplicados 404 autos
de apreensão, segundo a Secretaria Municipal do Urbanismo e Assuntos
Metropolitanos, com a apreensão de 30.466 itens. Atualmente existem 1.265
vendedores ambulantes legalizados trabalhando nas ruas de Curitiba.

53% a mais que um
ano inteiro em apenas três meses?

No mesmo período, a informalidade dos curitibanos cresceu
13%. São mais de 48 mil pessoas que buscam sobreviver de alguma forma. Os dados
do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral do IBGE,
divulgados em maio, revelam que em março de 2017 os trabalhadores por conta
própria eram 368 mil. Em 2018, o número ultrapassou os 415 mil no mesmo
período.

A prefeitura também não informa que os 72 fiscais da
Secretaria do Urbanismo, diante da demanda elevada, têm executado suas funções
com sobrecarga excessiva de trabalho. As apreensões estão aumentando, mas a
fiscalização está reduzindo pela falta de efetivo. No último ano, por exemplo,
13 fiscais de quatro secretarias se aposentaram e os postos de trabalho não
foram preenchidos. Também não há previsão para concurso público.

Impacto do
desemprego x políticas sociais

O aumento das apreensões reflete o impacto da redução das
políticas sociais e o crescimento do desemprego após a Reforma Trabalhista. São
13,1 milhões de desempregados em todo o Brasil e muitos migram para a
informalidade.

Diante deste cenário, seria importante a
prefeitura se preocupar com a elevação da demanda de desocupados e adotar
programas para gerar mais emprego e reduzir o mercado informal, tratado apenas
do comércio informal e irregular.