Municipais catarinenses lutam contra organizações sociais

Apesar do medo de repressão policial, trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal de Florianópolis farão, nesta quarta-feira (18), vigília e atos na frente da Câmara Municipal para pressionar os vereadores a votarem contra a privatização, terceirização e precarização dos serviços prestados à população, o principal motivo da greve dos servidores que teve início há oito dias.

Sem debate com a sociedade ou mesmo com os trabalhadores da área, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) que regulamenta as Organizações Sociais, encaminhado pelo prefeito Gean Loureiro (MDB), está na agenda para ser votado na tarde desta quarta. Os parlamentares já aprovaram o regime de urgente urgentíssimo para o PLC na noite desta terça-feira (17).

“Nós iremos fazer uma vigília na frente da Câmara para evitar que seja aprovada essa tragédia contra os trabalhadores e trabalhadoras do município e contra os moradores da região, que sofrerão impactos na prestação dos serviços públicos da cidade”, alertou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintrasem), Rene Munaro.

O prefeito conseguiu acelerar os trâmites do PLC na Câmara e avança também no seu autoritarismo e perseguição política contra o sindicato e os trabalhadores e as trabalhadoras em greve, denuncia Rene.

Segundo ele, além do interdito proibitório em andamento deste o último dia 11, que proíbe qualquer manifestação nas proximidades dos órgãos públicos, a Justiça deu ganho de causa para o prefeito, que quer acabar com a greve e aprovar o PLC.

A Justiça voltou a interferir de forma autoritária no direito da classe trabalhadora de lutar por seus direitos. Durante a assembleia que os trabalhadores e as trabalhadoras da Comcap, empresa que presta serviços de coleta de lixo para a prefeitura, realizavam para votar paralisação de 24 horas em apoio a greve, um oficial de justiça entregou uma decisão judicial, assinada pelo Desembargador Hélio do Valle Pereira, que determinada a volta dos grevistas ao trabalho, caso contrário, terão os dias descontados em folha de pagamento.

“Não temos medo porque estamos junto com a categoria e temos a certeza que lutar não é crime, crime é o que a prefeitura está fazendo conosco e com a população de Florianópolis”, destacou Rene após ser comunicado da decisão da Justiça.

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