Há na Câmara Municipal de Curitiba(CMC) três projetos que comprometem os avanços atuais obtidos na educação pública. Rejeitado em 20 de dezembro último pela Comissão de Educação da CMC, o Projeto Escola Sem, assim como outras proposições de vereadores alinhados ao pensamento neoliberal e conservador religioso tentam pautar no Legislativo municipal a censura à pluralidade de ideias e o desmonte da educação.
Segundo Adriana, que também é professora de educação infantil, o ensino sobre gênero na escola, a concepção de escola plural e com debate democrático e, ainda, a discussão sobre a atual configuração das famílias são substituídos por projetos que visam apenas reforçar as convicções políticas e religiosas dos proponentes.
“Os projetos estão interligados, os textos são convincentes, mas o problema é o discurso que está por trás. Além de o Estado não refletir sobre o quanto esses projetos podem afetar psicologicamente a criança e o seu processo de aprendizagem, ainda abre porta para censurar, punir professores com a aplicação de multa e impedir a discussão das novas estruturações e modelos de família.É uma escola sem partido, sem religião e sem sexualidade. Entretanto, a proposta é de alguém que tem os três elementos e mais as convicções partidárias e religiosas”, observa Adriana.
Adriana afirma que as pautas tornam-se um retrocesso para a educação na medida em que a discussão já realizada entre gestores, profissionais e pais de alunos são ignoradas. “Ao resgatar datas simbólica (dia dos pais e das mães) anula-se anos de luta. Instituir o Dia da Família, com a participação de quem cria a criança que acompanha o seu desenvolvimento, é mais amplo, democrático e humano. O projeto da Escola Sem Partido é uma mordaça que prejudica professores e alunos. Não sabemos se poderemos denunciar, por exemplos, que a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil”, argumenta.