Curitiba sem Greca é o melhor presente de aniversário

O aniversário de 325 anos de Curitiba é nesta quinta-feira(29), mas a cidade não tem muito a comemorar. Os anfitriões que hoje estão no poder, isto é, o prefeito Rafael Waldomiro Greca e os vereadores da sua base aliada, escolhem os convidados para as festividades do município. O empresariado é bem vindo. Moradores de Curitiba e servidores públicos podem comparecer, mas desde que não demonstrem descontentamento com a gestão.

Imagine essa comemoração com 24 milhões de bexigas. Agora pensa essa quantidade de balões como se fossem recursos financeiros. Sim, esse é o valor do dinheiro público que o prefeito Rafael Greca vai utilizar esse ano para gastar em propaganda. Segundo nota pública da vereadora professora Josete, os gastos com publicidade e propaganda irão quadruplicar, saltando de R$ 6,2 milhões, para os R$ 24 milhões previstos para 2018.

Imagine 735 docinhos na mesa desta festa de aniversário. E reflita sobre o significado do ditado “tirar doce da boca de criança”. É isso o que Greca vem fazendo com você, servidor, a cada dia que passa. O funcionalismo público de Curitiba está a mais de 730 dias sem reajuste salarial. Os servidores e servidores não receberam sequer a correção da inflação em seus salários. Greca – com o seu pacotaço de maldades (Lei Nº 15.043) – congelou o salário dos trabalhadores, trazendo prejuízos financeiros e trabalhistas para todas as carreiras.

O bolo que Greca preparou para o aniversário de Curitiba é semelhante ao do ano passado: cheio de surpresas desagradáveis. Após voltar ao comando da cidade – 20 anos depois e com apoio do mesmo grupo político que o elegeu para prefeito de Curitiba entre janeiro 1993 e janeiro de 1997 – Greca mostrou a cara e deu o verdadeiro “bolo” em Curitiba.

O “Volta Curitiba”, slogan da sua campanha eleitoral, era e sempre foi o retorno ao jeito de governar das elites: sem diálogo com o povo! Além do ajuste fiscal, Greca revogou a Lei Nº 8786, sancionada por ele em 1995, que previa a compra de medicamentos para servidores portadores de doenças graves; aprovou a lei da terceirização (Lei Nº 15065), que permite que empresas privadas atuem no serviço público nas áreas de saúde e educação e, ainda, quer enfiar goela abaixo a Deliberação Nº 01/2016 da Secretaria da Educação que foi barrada pelo Conselho Municipal de Educação na questão da superlotação em Cmei’s, mas impõe a contratação de profissionais sem curso de magistério para atuar na educação infantil.

Ter um prefeito como Greca como anfitrião da festa do aniversário de Curitiba é ao mesmo tempo a garantia de uma comemoração marcada pela farsa e pela tragédia. Farsa porque temos um prefeito biônico do PSDB, que, eleito, só interage com os seus eleitores nas redes sociais. Sem o diálogo cara a cara. Greca não teve coragem de comemorar com o povo curitibano nem no Parque Barigui e nem no Parque Tanguá.

A tragédia fica por conta da própria gestão. A incompetência na condução das políticas na área de saúde só fez ampliar a falta de médicos e as filas de atendimentos em postos de saúde e hospitais. A má condução da política segurança pública e o fim das políticas assistência social revelam ignorância para lidar com questões que estão diretamente ligadas com as desigualdades sociais. A criação e o aumento de impostos como a cobrança da taxa de lixo para os mais pobres e o aumento da alíquota do IPTU e ITBI mexeram no bolso dos contribuintes, que que carece de políticas públicas e está convivendo, em pleno 2018, com enchentes e alagamentos constantes a cada chuva registrada.

Uma Curitiba sem Greca é o que nós, servidores públicos de Curitiba, queremos dar de presente para a nossa cidade, pois 325 anos com Greca na prefeitura não há o que comemorar.

Direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba

Nós fazemos a luta.

Mexeu com você, mexeu comigo.