Trabalhadores fizeram greves por segurança e saúde em 2017

O
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(DIEESE)divulgou seu “Caderno de Negociações” com levantamento
do cenário econômico e de negociações de trabalhadores e patrões
após a aprovação da reforma trabalhista pelo governo de Michel
Temer (MDB). O material tem objetivo de fornecer elementos para os
sindicatos possam debater durante suas campanhas de lutas. Dos dados,
já se extrai que os empresários substituíram os empregos contínuos
com carteira assinada pelo trabalho intermitente. Outro levantamento
revela que os trabalhadores, em especial no serviço público,
promoveram greves com foco na saúde e segurança no local de
trabalho de suas categorias.

Para
a entidade, apesar de ainda pequeno, o número de contratos de
trabalho intermitente cresce no país. Segundo o Ministério do
Trabalho, em dezembro de 2017, o saldo positivo foi de 2.574 postos
e, em janeiro de 2018, de mais 2.461. A opção pelo trabalho
intermitente foi notada, principalmente na indústria de
transformação e construção civil. Já os setores do comércio e
serviços 
lideram
com 81,4% dos admitidos, em dezembro, e 65,8%, em janeiro.

Segundo
o DIEESE, “depois dos efeitos das festas de final de ano, o número
de admissões desacelerou no comércio, mas, mesmo assim, foram mais
de mil admitidos na modalidade de trabalho intermitente”, analisa.

As
ocupações com o maior de número de contratos de trabalho
intermitentes foram assistente de vendas, servente de obras,
embalador, alimentador de linha de produção e faxineiro.

Greves
por segurança, saúde e direitos

Em
2017, o SAG (Sistema de Acompanhamento de Greves) do DIEESE registrou
224 greves com reivindicações relacionadas à saúde e à segurança
do trabalhador. No funcionalismo municipal, as principais são da
educação e saúde. Professores e auxiliares (29 greves) demandam
principalmente melhorias em salas de aula, refeitórios e banheiros.
Médicos e enfermeiros (28 greves) denunciam, com frequência,
agressões durante os atendimentos. Pedem mais segurança e melhores
condições de trabalho.

No
funcionalismo estadual, segundo o DIEESE, “as greves na segurança
pública ocorreram devido a falhas no fornecimento de equipamentos de
proteção individual (coletes) e de uniformes aos agentes
penitenciários, policiais civis e militares. Entre as mobilizações
nas empresas estatais, as dos Correios são as que mais reivindicam
saúde e segurança. A demanda principal é a climatização dos
prédios onde estão os centros de distribuição”.

Nos
serviços privados, rodoviários do transporte coletivo urbano (22
greves) e trabalhadores no turismo e hospitalidade (13), a demanda é
por banheiros, refeitórios e locais adequados para repouso, além da
manutenção dos veículos e prevenção de agressões durante o
trabalho.