Vereadoras e prefeito debatem Secretaria de Mulheres em fevereiro

A reunião entre as sete vereadoras e representantes dos movimentos de mulheres e feministas, realizada nesta quarta-feira(20), na Câmara Municipal de Curitiba(CMC), efetivou uma agenda solicitada pelos movimentos sociais de mulheres. As mulheres reivindicam que o município crie a Secretaria Municipal de políticas para as Mulheres e mais políticas públicas como forma de assegurar a vida das mulheres que já se encontram em situação de morte por conta da violência doméstica.

Na abertura da reunião, as mulheres apontaram e  defenderam a importância da criação da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres por conta dos crescentes casos de violência e feminicídio. Segundo o documento apresentado por elas, assinado por quase 20 entidades, o Brasil é o 7º país no ranking de assassinato de mulheres, contabilizando a marca de 418 assassinatos em 2015, sendo 45 destes casos ocorridos em Curitiba. Para tanto, expõem que a extinção daquele órgão é um retrocesso. 

As vereadoras afirmaram que o destino da secretaria, bem como as políticas públicas para as mulheres serão tratados com o prefeito em fevereiro de 2018.Para a coordenadora de Mulheres do Sismuc, Maria Aparecida Martins Santos, a discussão sobre as pautas das mulheres tem de assegurar direitos já conquistados. “A reunião foi positiva. As vereadores falaram sobre a criação de uma Coordenadoria de Mulheres para tratar das nossas pautas. Mas lembramos que já tínhamos conquistado uma Secretaria Extraordinária de Mulheres e que esta precisa ser efetivada de fato. Temos que lutar por um espaço permanente e que contemple as especificidade das mulheres, além de provocar a implementação de políticas públicas já elencadas nas conferências e no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres”, defendeu Maria.

Na avaliação da coordenadora estadual de Formação da União Brasileira de Mulheres – Seção Paraná (UBM-PR), Elza Maria Campos, a realização da reunião é uma forma de controle social feito pelas mulheres que reivindicam que seus direitos sejam mantidos e assegurados.Para ela, o compromisso assumido pelas vereadoras com a pauta das mulheres demonstra a importância do diálogo para a efetivação e avanço das políticas públicas para mulheres.

“As vereadoras assumiram o compromisso de marcar uma reunião com o prefeito para reivindicar um espaço específico para as mulheres. Em fevereiro ela vão defender junto ao prefeito um espaço específico para encaminhar as políticas públicas, entregando ao Executivo um modelo descentralizado de coordenadoria. Nós, do movimento feminista e de mulheres, defendemos a criação de uma secretaria específica para as mulheres, mas neste momento estamos fazendo um recuo tático para garantir direitos”, pontuou, Elza Campos.