I COMPORTAMENTO I O ódio contra ataca

Na década de 1940 parecia não haver dúvidas: era preciso
eliminar o nazismo. Quase 80 anos depois, o discurso da supremacia racial ganha
força mais uma vez, ironicamente nos Estados Unidos, e o fascismo segue firme e
forte no Brasil e em outros países em que “bandido bom é bandido morto”.

Charlotesville, no estado da Virgínia (EUA), foi palco de um
protesto chamado “Unir a direita” (tradução livre de “Unify the right”) no dia
12 de agosto de 2017, em que neonazistas, membros da Ku Klux Klan e
simpatizantes do movimento “alt-right” (“direita alternativa”, em tradução
livre) norte-americano marcharam em favor da supremacia branca.

Durante o protesto, uma mulher chamada Heather Hayer foi
assassinada por um homem que atravessou uma multidão de manifestantes
antifascistas com seu automóvel, ferindo-a mortalmente. O fato ocorre 74 anos
após a derrota da ideologia nacionalista encabeçada por Adolf Hitler.

A
crescente ousadia fascista é alimentada pelo teor ufanista da campanha
eleitoral do atual presidente estadunidense, Donald Trump, que continua a jogar
gasolina no fogo 
 ao não condenar inequivocamente os atos da extrema-direita no país. 

Apenas após
dois dias de grande pressão midiática e de grupos da sociedade civil o político
lamentou as ações dos terroristas domésticos. Por outro lado, a presença de
manifestantes antifascistas, conhecidos como Antifa e atuantes em táticas Black
Bloc, tem sido o único freio ao crescimento da violência de direta ao redor do
mundo.

Após um novo protesto com menos de 50 supremacistas brancos
ser confrontado com a presença de 44 mil manifestantes antifascistas, de acordo
com a Polícia de Boston (EUA), o grupo “America First” (“Primeiro a América”,
em tradução livre, referindo-se aos EUA) cancelou 67 manifestações ao redor do
país. A organização optou por realizar atos pela internet, temendo represálias
populares contrárias à ideologia da supremacia racial.

No Brasil, cresce a ideologia autoritária de quem crê na
“ponte para o futuro”, enquanto a riqueza do país se concentra cada vez mais
nas mãos de quem diz que agro é pop, que bandido bom é bandido morto e que só
Jesus salva. Mas existe esperança na resistência, basta a esquerda acreditar na
força do povo.